Dentro de uma semana, por esta hora, estarei na outra ponta da Europa. Lembram-se quando nas resoluções de ano novo, falei que em 2019 iria fazer uma viagem jeitosa? Pois é, eu e a Maria mais nova decidímos ir passear, vamos até Frankfurt!
Corria o mês de Outubro quando falámos no assunto, assim muito por acaso. Que seria giro fazermos uma viagem as duas, uma estreia entre irmãs, ir conhecer algum lugar novo. Sempre dentro da Europa, pensamos em imensas cidades mas a decisão acabou por um consenso. Tendo em consideração que o nosso pai anda para aqueles lados, pensámos que seria uma boa opção aproveitar a deixa e fazer uma visita. Faltava escolher quando. Março, Abril, Maio, era igual. Para mim tinha que ser após Fevereiro, pois só aí ia ficar mais folgada nas contas. (Ironia das ironias, acabei desempregada antes disto tudo)
Então a mana disse: "E porque não apanhar o dia do pai?". E pronto, é três em um. Viagem e visita, num dia especial. Assim, vamos (já!) na próxima segunda-feira e voltamos na quinta bem tarde. Alinhámos os pormenores e as coisas, comprámos os bilhetes e pronto, temos vivido nesta ansiedade maluca há quase meio ano. Claro que, eu ter ficado sem emprego abanou-me bastante. Nunca esteve em questão abdicar desta viagem (já está tudo pago) mas tornou-se um impedimento na procura de trabalho. Empresa alguma me faria um contrato e menos de um mês depois, dar-me uma semana de férias, não é... Logo, estive este mês meio que em intermitência. Fui a várias entrevistas mas mal falava do impedimento, fechava portas.
Posto isto, não sei se alguém já foi a Frankfurt. Em caso afirmativo, têm alguma sugestão de restaurantes ou sítios que devamos visitar? Obrigada
Não tenho a noção das estatísticas de outros blogs. Mas como cada qual, tenho do meu. Tenho a dizer que estou em choque. Nunca vi no meu feed um número superior a 20, e se chega a 30 já é com sorte (como se pode verificar, aliás). Hoje, vejo este número, para mim, astronómico.
Agradeço a todos os que estão desse lado. Obrigada pelo apoio, por alguns conselhos, pelo carinho e sobretudo por lerem algumas das muitas babuzeiras que escrevo! Obrigada também ao Sapo por este miminho delicioso, que me soube tão bem e me encheu o ego!
Desde bem pequenas, que os nossos pais nos ensinaram todas aquelas regras básicas que estamos fartos de ouvir. Não manusear facas, não mexer no fogão sem adultos por perto, não ir nem falar com estranhos e sobretudo, não lhes abrir a porta.
Abrimos a porta, seja no prédio, seja no apartamento, umas duas vezes em cada trinta. Não só pelos ensinamentos prévios, mas pelo facto de o nosso intercomunicador ser bastante eficaz e nunca ouvirmos a resposta de quem se encontra do outro lado.
Contou-me a minha Maria mais nova, o que se tinha passado no serão de domingo, enquanto cá em casa se preparavam para jantar, e eu me encontrava a trabalhar. Tocaram à campainha, no apartamento. Diz a minha irmã que era uma criança, a pedir para cantar as Janeiras. Não sei porquê, e acho que nem ela própria sabe, mas abriu a porta. Foi então que se deparou não só com uma criança, como também com um homem adulto de raça negra, a fumar, com o maior dos descaramentos. A minha irmã diz que pensou em adverti-lo para o caso, mas sorriu para o miúdo, como eu provavelmente também teria feito. Quando foi a última vez que alguém falou em cantar as Janeiras?! E quando deu por ela, estava o homem debruçado na ombreira da porta, segundo ela, com aquela "cara depravada de pedófilo", passo a expressão, e o miúdo voltou a perguntar se podia cantar as Janeiras. Entretanto, o homem vira-se para ela e pergunta-lhe:
- Está tudo bem contigo?
A minha irmã, que já devia estar apavorada, limitou-se a perguntar-lhe se a conhecia de algum lado. O miúdo volta a insistir se podia cantar as Janeiras, ao que a minha irmã se limita a dizer que não, depois de ter sido sugerida a entrada no apartamento. Ao que o homem responde por fim, mais palavra menos palavra, que era ela que perdia.
Estou atónita, nem sei bem o que dizer quanto ao assunto. Será que fizeram o mesmo nas portas dos nossos vizinhos? Será que alguém os deixou entrar? Como é que uma coisa destas pode acontecer?! Usarem uma criança para convencer alguém a abrir uma porta, fazer-se de porco nojento quando vê que é uma miúda que abre a porta?! Em que mundo estamos?
Só prova a minha mania de fechar sempre a porta quando entro ou saio do prédio, olhar constantemente para trás quando ando à noite sozinha na rua, não abrir a porta a ninguém que não se tenha anunciado previamente. Isto é assustador. Verdadeiramente assustador. Nem quero imaginar o que a minha Maria deve ter sentido naquele minuto que deve ter demorado horas...