Passou mais tempo do que aquele que eu gostaria de ter estado ausente por aqui. Muito tempo em que deixei a rotina tomar conta de mim e estar em casa se traduzia em vir dormir para recomeçar tudo novamente horas depois. A última vez foi em Junho... Quase meio ano (shame on me).
Meti-me em tudo aquilo que podia: o trabalho na clínica aumentou exponencialmente (houve baixas cruciais na equipa e novas chegadas ainda em adaptação), as idas ao ginásio voltaram à rotina e fiz formação pós-laboral todos estes meses. As duas últimas, que no início eram atividades extra-curriculares que me permitiam alegrar e descarregar as energias após um dia de trabalho, com o passar das semanas tornaram-se pesos que começavam a ser difíceis de carregar. E sim, não é desculpa mas sim, deixei a rotina levar a melhor de mim.
Fui mantendo a escrita pelos cadernos, colocando leituras em dia nas curtas horas de almoço e orientando o meu tempo da melhor maneira que sabia. A grande diferença dos cadernos, é a falta de interação e carinho que ia tendo por aqui. E sem dúvida, que senti falta disso. Não posso garantir um regresso frequente mas vou fazer um esforço por isso. Ler-vos e permitir que me leiam é uma terapia da qual já não me vejo a abdicar. Agora que o toque e calor humano é tão reduzido... Céus, como fazem falta os abraços! Sem medos, só carregados de amizade e amor!
Nestes últimos meses tenho-me mantido saudável e cautelosa. Retrocedi naquela que era uma jornada pela boa alimentação e permiti que alguns kg voltassem a fazer-me companhia. Vivi situações, boas e más - tanto pessoais como laborais. Fiz um quarto de século, naquele que havia planeado uma festa de arromba mas que pelo bichinho de estimação que 2020 nos trouxe, não foi exequível. Os meus, estão bem. Espero que vocês e os vossos, também!
Até já, que tenho meio ano de muitos cantinhos para espreitar!
... cantou-se até mais não. Entusiamei-me de tal maneira, como se tudo tivesse voltado ao normal e estivesse em minha casa, com as minhas Marias. Cheguei a perguntar ao meu pai se tinham seguro da casa, não fossem os vidros ceder aos meus encantos e eu ter que pagar alguma fatura...
Um mês além fronteiras. Longe dos meus amores, da minha família, da minha casa, da minha cama, das minhas ruas, dos meus lugares... De todas as coisas que me faziam tão feliz e agora fazem tanta mas tanta falta... A curiosidade de tentar, de experimentar coisas novas, o facto de estar desempregada, ter aqui quem me desse a mão, tudo isso foram fatores que me fizeram vir. O plano era ver o que achava e caso me agradasse, trazer o Doce começar a nossa vida aqui.
Vendo bem as coisas, as conclusões a que cheguei são:
1. As casas têm imensas condições de aquecimento. Mas custam um balúrdio.
2. As pessoas vivem as suas próprias vidas. Mas há sempre um português a meter o nariz.
3. A rede de transportes é o que mais me fascina. Mas a condução para mim, tem outro encanto!
4. Os ordenados parecem excelentes, mas avaliando todas as despesas vai dar ela por ela.
E como disse anteriormente, se não for para se poupar, porquê sair de ao pé dos nossos...?
5. De que me serve ter o fim-de-semana livre, se não tenho com quem o passar?
Mesmo futuramente com o Doce, mãe é mãe, e todos sabem o que ela significa na minha vida.
6. Há coisas que nunca vão mudar, e eu tenho teimado em não aceitar isso, e tentado mudar as coisas mas já me cansei de o fazer e por isso, está na altura de um ponto final.
Mesmo assim, vou fazer um esforço e cumprir o contrato que assinei.
São seis meses, e um já lá vai. Só faltam cinco. Já só faltam cinco...
Daqueles grandes... Vesti um par de calças que ainda não tinha vestido desde que cheguei. Adivinham o que elas traziam? Pêlos, pequeninos, meios pretos, meios brancos, que tanto me irritavam em Portugal, e que agora me deixam o coração tão pequenino...
Oh meu bebé, tenho tantas saudades tuas... Já fazes parte da minha vida há cinco anos, e é bom que não te atrevas a ir embora tão cedo, porque ainda tens muitos anos para me aturar!
... sentes falta da condução disparatada e (ir)responsável do teu namorado, dos maravilhosos bancos aquecidos do carro dele, e do Justin Bieber a pedir-lhe que me deixe amá-lo.