Pensamento do dia
"Sorrir não gasta eletricidade, e gera muito mais luz"
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"Sorrir não gasta eletricidade, e gera muito mais luz"
"Quando em dúvida, lança uma moeda ao ar. Não porque ela vá decidir por ti, mas porque nos segundos em que ela roda, sabes para que lado estás a torcer"
Antes de mais, o tema de hoje é uma dúvida que surgiu como iluminação na minha mente depois de ler, ontem, um texto no blog d' A carta fora do baralho .
Aliado ao 'problema' que me levou a ser operada ao mesmo, pela segunda vez este ano, enquanto adolescente, fui ainda massacrada noutro campo: o acne. Inicialmente era o normal mas cheguei a um ponto que procurei soluções e cheguei assim, à tão aclamada pílula. Tomo-a há cerca de seis anos. Depois de uma marca que me fez engordar a olhos vistos, mudei para outra que mantenho até aos dias de hoje. Ciclos regulados, acne zero e o peso voltou ao normal.
Voltando ao presente, e para vos fazer entender o ponto deste meu post há meses que me sinto como que apática. Quero dizer, vivo a minha vida normalmente, faço tudo aquilo que tenho para fazer mas é como que se algo não estivesse bem. Dou por mim inúmeras vezes a olhar para o ontem, não tenho aquela energia do costume. Como se tivesse virado comodista. Tanto se dá, como se deu. Estou muitas vezes a vaguear, a olhar para o vazio.
Cheguei a falar com a família, com o médico para tentar perceber se fora a depressão que voltou. Segundo eles, não. Não há indícios disso e bem que podia ser só e apenas exaustão (Mas de quê?!). Acabei por deixar passar e, como não sei bem como explicar aquilo que sinto, guardei só para mim. Mas que algo está diferente, isso tenho a certeza absoluta que está.
Então, li esse texto e lembrei-me: e se for da pílula?
Realmente já vi relatos de que, quando deixaram a pílula, se sentiram extremamente melhores com elas próprias, com menos variações de humor. Que o corpo sentiu mudanças e voltou a ser aquilo que era. E isso deixa-me a dúvida... Será que o que tenho sentido se deve a esta toma consecutiva de hormonas? Será que depois de seis anos, vou ter que optar por outras alternativas?
Por isso vos pergunto, mulheres desta blogoesfera: tomam a pílula? Acham que esta apatia pode ser resultado da mesma? Que diferenças sentiram quando começaram a tomar? Estarei só a culpar a pobre pílula da minha depressão mal curada e/ou preguiça? Obrigada!
Sou uma sortuda e nem sabia... Possuo a infeliz qualidade de me agarrar a tudo o que é negativo enquanto o que é importante fica de parte. Tenho tanta coisa boa que devia dar graças por ter... Todos temos um pouco desta qualidade, certo? Aquilo de querer sempre mais, querer que tudo esteja nos parâmetros que achamos corretos, que idealizamos. Ter todos os I's com pontos.
E porquê querer mais quando o que temos chega tão perfeitamente? Passo a vida a questionar tudo. Aquilo que tenho, o que não, o que devia ou não devia ter. Questiono porque tenho o pai que tenho mais a porcaria de família paterna que me saiu na rifa, por exemplo. Porquê?!
Não aceito e revolto-me, mato-me interiormente para nada! Tudo, porque durante anos vi a coisa da perspetiva errada. Tudo, porque durante anos tentei mudar coisas e pessoas que não podiam ser mudadas. E afinal sempre tive de um outro lado gente tão boa... Tios, primos, avós. Quase tudo gente que se preocupa, que está presente e que ajuda quando é preciso. Porque será que nunca vi com olhos de ver? Porque é que nunca me contentei com meia família?
Porque até agora, achei que tinha só meia família quando na verdade é essa meia que importa.
(Jardim Zoológico, Lisboa, Fevereiro de 2015)
Bom Domingo!
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