Nem tinha a real noção da última vez que tinha vindo até aqui. Sabia que fora algures pelo final do ano mas só agora me apercebo que se passaram praticamente quatro meses.
Quatro meses em que muita coisa aconteceu e mudou na minha vida. E sinto-me abençoada por poder dizer que quase tudo foram coisas boas. Tenho a certeza que com o devido tempo, voltarei a ser mais ativa por cá. Tive intenção e sobretudo necessidade de fazer uma pausa mas falhei ao não vos comunicar isso. Daí e por isso, lamento imenso e peço-vos desculpa.
Sinto-me renovada física e intelectualmente. Têm sido meses de trabalho interior, meses em que surgiram novas rotinas, novas pessoas e mais importante que tudo, novos desafios.
Digo, com alegria que já me encontro a trabalhar. Esta é, uma das melhores mudanças que o mês de Janeiro me trouxe. Sou rececionista numa clínica dentária, no coração da minha cidade. Uma experiência nova e totalmente diferente. Uma área desafiante onde existem ainda 'demasiadas' coisas para aprender. Um contrato de um ano, uma equipa (até ver) agradável e sem dúvida, uma vontade enorme de ser bem sucedida neste novo desafio.
Tendo em consideração a pandemia que vivemos, finalmente levada a sério, eu, como pessoa que tem contacto direto com muitas pessoas e com profissionais de saúde, estou desde sábado em casa, sossegada, a aproveitar o tempo para colocar tanta coisa em dia.
Espero que esteja tudo bem com todos desse lado. E reforçando a mensagem já tão aclamada: Façam por ficar em casa, pelo bem de todos. Beijinhos e força
Não podia deixar de vir até aqui, no último dia deste ano de 2019.
Foi um ano de reviravoltas, uma montanha russa de emoções. Um ano de provações, pessoais e profissionais. Um ano de superação, de muitas batalhas vencidas e tantas outras guerras perdidas. Tudo aquilo que tomei como certo em 2018, 2019 mostrou-me que tinha melhor para me dar.
Voltar a estudar, depois de um desemprego totalmente inesperado, foi sem dúvida a melhor decisão deste ano. Uma decisão arrojada, muito arriscada em termos financeiros. Mas, com muito esforço, concluída com sucesso. Não só pelo aumento das minhas qualificações como pela enorme carga que conhecer pessoas novas provocou na minha vida.
Terminei uma relação que me fez/está a fazer renascer das cinzas. Reforcei laços, criei novos. Percebi que tenho um grande suporte e que não tenho de ter vergonha alguma por ter que recorrer a ele. Parei de alimentar a personagem que criei e comecei a viver. Por mim, pelas minhas ambições, pelos meus sonhos. Sejam eles poucos ou muitos, ambiciosos ou meramente realistas. Assumi a minha opinião como sendo a mais importante e estou a aprender a distinguir aquelas que devem ser tidas em conta ou simplesmente descartadas. É um trabalho contínuo, um investimento pessoal. Um processo moroso mas tão, tão compensador.
Bem vistas as coisas, 2019 foi um bom ano. Um ano de mudanças. Que 2020 seja a minha folha em branco. E que continuem todos por aqui, a ver-me escrever esta história! Bom ano!
Hoje é o meu último dia de trabalho. O penúltimo dia desta minha estadia na Alemanha (voo na madrugada de Domingo). Praticamente a chegar o fim de uma experiência com pouco mais de dois meses. Dois meses que foram tão longos mas ao mesmo tempo tão na medida certa.
Como em todas as experiências na vida, cresci. Um bocadinho como pessoa, bastante como mulher. Aprendi tanto mas ao mesmo tempo aprendi tão pouco... Experimentei sentimentos e sensações que sempre estiveram visíveis e eu recusei durante anos aceitar. Travei conflitos com coisas perfeitamente desnecessárias que estavam escondidas mas que eu quis procurar. Precisei de remexer no passado, lavar toda a roupa suja que tinha a lavar e sair de cabeça erguida.
Lamento a forma como vou, principalmente do trabalho. Custa-me, apesar de pouco tempo, o que fiz ao meu patrão. Aquele homem foi impecável comigo, em todos os sentidos. Deu-me férias quando não tinha direito a elas, esteve sempre disponível a ouvir-me e nunca se impôs a nenhuma das minhas decisões pessoais. Pintaram-me o homem como sendo o diabo, mas nunca eu tal vi. Quem mo pintou também não é santo, e nunca saberá o que é receber elogios pelo trabalho bem feito. (Isto porque ontem foram entregar-me a rescisão do contrato e entre muita conversa foi-me dita uma daquelas verdades incontestáveis que só se dizem quando são 100% verdadeiras porque nada se ganha em mentir. Foi-me dito que nunca aquela escola esteve tão bem limpa como durante os dois meses que eu ali trabalhei. Apesar de não ser o trabalho de sonho de uma rapariga de vinte e um anos, não posso deixar de me sentir orgulhosa e mais uma vez agradecer à maravilhosa mãe que tenho por todas as ferramentas que me deu na vida!)
Hoje é também dia de tratar da burocracia. Cancelar tudo o que respeita a legalização, ver se não deixo pontas soltas para depois o fisco não correr atrás de mim! Amanhã, é dia de fazer as malas e abastecer-me de tudo o que é doce para levar a quem me espera na outra ponta da Europa!
Respirar fundo e deixar a poeira assentar. Recomeçar, naquele que será sempre o meu país
Daqui a umas horas, faz três dias que estou em território estrangeiro.
O primeiro dia, foi complicado. Sobretudo quando do outro lado do portátil, alguém me disse isto. Igual quando falei com a minha mãe. Estava meia para lá, meia para cá. Não senti aquela vontade urgente de voltar, mas não me sentia tão em paz como pensava que ia sentir.
Ontem foi melhor. Fui trabalhar, gostei do que estive a fazer. À tarde ainda fiz umas compras, e o meu pai nunca me largou. Andou sempre comigo, levou me ao trabalho, foi-me buscar depois, não fosse eu não saber explicar como vinha para casa. Quando falei com o Doce, ele deu conta, e disse logo que eu estava diferente, a minha expressão facial estava mais leve, com outra aura.
Aqui ao fim de semana não se trabalha. Se trabalhar, é no sábado, e recebe-se a dobrar ou a triplicar, dependendo do tipo de trabalho, das horas feitas, e claro, dos patrões. O Domingo é que não, é completamente sagrado. Pára tudo ao Domingo: supermercados, lojas, farmácias - tudo fechado! Ao início parece estranho, mas penso que se em Portugal fosse assim, era já um pequeno passo para a felicidade dos habitantes.
Vamos ver como os próximos dias se vão desenrolar, e se consigo, de facto, adaptar me a morar por aqui. O meu pai está a ser fundamental nesta jornada. No primeiro dia, apanhou-me a chorar e para minha grande surpresa... Abraçou-me. Foi tão estranho e bom ao mesmo tempo. Parece que finalmente está a representar o papel que lhe foi destinado há vinte e um anos atrás.
Depois de treze longas horas, estou finalmente instalada no meu novo quarto. As viagens decorreram sem percalços, cheguei inteira a Lisboa, a Frankfurt e a casa do meu pai também.
Optei por deslocar-me a Lisboa tendo em conta que lá, os preços eram significativamente mais baixos que no Porto. Assim, em Novembro passado, com perto de dois meses de antecedência, paguei a módica quantia de 80€: 70€ por um voo na TAP com direito a porão e 9,30€ pelo bilhete da Rede Expressos até à capital.
Voltando à actualidade, amanhã logo pela manhã vou ter que me dirigir ao escritório para assinar o contrato e respectivas burocracias legais. Logo, vou aproveitar para descansar um pouco agora. Só quis mesmo dar vos uma mini-actualização