Vinte e quatro
Não, não faço vinte e quatro anos. Na verdade, são só vinte. Os outros quatro pertencem ao amor mais fiel que eu tenho: o meu bebé. Há quatro anos atrás, há pouco mais de duas horas, a minha mãe decidiu fazer-me feliz. Vejo-a trazer uma caixa enorme de cartão, a minha irmã com um saco onde transparecia um comedouro. Dois mais dois são quatro e a caixa só podia ter o meu maior sonho: um gato.
Nunca na minha vida chorei tanto, de alegria. Parecia uma louca, totalmente descontrolada. Acho que foi, provavelmente, o melhor dia da minha vida. Quatro anos depois, ele cá está. Adulto, uma peste como sempre e o gato mais mimado do mundo. O meu gato.
Foi um dia como qualquer outro, em que tive o mimo de estar de folga e aproveitar cada segundo na companhia da minha outra grande preciosidade, a mamã. Amanhã voltamos ao trabalho, e pronto, é isto. Vinte anos. Tenho vinte anos. Tão verdade quando diziam que a partir dos dezoito era a correr, um instante...