Mais uma vez, voltou a passar demasiado tempo desde o meu último post. Demasiado tempo em que fiz "demasiado" pouco. Aquelas ausências a que, infelizmente, já vos habituei mas que tento (sem sucesso) combater. Até acordo com a vontade, a saudade, tudo aquilo que mantém a chama viva e a vida a funcionar. Chego a escrever neste e naquele pedacinho de papel, no bloco de nota do telemóvel quando tenho uma ideia de texto iluminada. Mas sentar-me, relaxar. Agarrar-me ao teclado e permitir-me ter uma hora em que me dedico a mim e a vocês, não tem acontecido...
No meu último post usei como título "Vê-los passar" e é exatamente, nada mais, nada menos do que aquilo que eu tenho feito. Encontrei um estado de apatia, comodismo onde o "deixa andar" é o mote do dia e sem me aperceber, deixei-me envolver por ele mais do que aquilo que gostaria.
A rotina, não existe. Ou existe, mas é só aquilo que tem mesmo que ser. Levantar, preparar, fazer o almoço, embalar, sair para trabalhar, regressar, dia sim dia não ir à formação, comer quando a vontade o permite e ir dormir. Toca o despertador and repeat all over again.
Dei conta que algo se estava a apoderar de mim e confesso, que deixei. Vai uma semana, vai outra e quando dou por mim, estou tão conformada que não me apetece fazer nada que saia deste loop em que me enfiei. Até a tarefa de ir às compras, sair de casa para caminhar, respirar outros ares me parece demasiado exaustiva para me dar ao trabalho de.
Mas há cerca de duas/três semanas que já me estou a irritar. Estou me a irritar a mim própria de maneiras que já nem me lembrava serem possíveis. Critico os outros, que vivem neste estado de comodismo e conformismo e mesmo assim, deixei que me apanhassem na mesma teia. Todos os dias digo que já chega, é hoje que isto pára mas... Não tem parado.
Aborrece-me o facto de estar a deixar o humor dos outros domar o meu. Tenho me deixado influenciar demasiado pelo negativismo de pessoas com quem convivo e, com quem trabalho. Isso tem me criado um estado de "tanto se dá, como se deu" que se está a refletir demasiado na minha vida pessoal e saúde mental. E como tudo o que é demais, enjoa (e já vamos em três meses disto...) marco o meu regresso ao blog para me lembrar que a partir de hoje, acabou!
Sim, acabou! Nem que tenha que fazer força para isso! Já chega de ver a vida a passar por mim sem lhe dar cavaco de nada. Respirar fundo e alinhar o foco. Lembrar-me de tudo aquilo que tenho de bom na vida e tudo aquilo por que anseio viver. Mandar a Sweetener "procrastinadeira" tirar umas férias e reencarnar aquela que está sempre de bem com a vida!
Tentar, nem que seja uma vez por semana, vir aqui. Ler-vos e deixar-vos ler-me. Escrever, que tanta paz e tranquilidade me traz à alma. Gravar mais um registo de como me senti naquele determinado dia ou semana, para a posterioridade. Aplicar regras do NÃO!
NÃO me deixar afetar por negativismo alheio.
NÃO argumentar com aquilo que não vale a pena.
NÃO pensar nem cuidar de pessoas que não cuidam de mim.
NÃO deixar a vida decidir o que quer que seja sem eu ter um dizer.
NÃO me deixar afetar por a minha identidade ter sido novamente descoberta.
E mais importante: NÃO deixar que suguem a minha energia nem tão pouco a minha luz!
Todos temos direito a deixar que a vida nos leve por 'segundos' para sítios que não queremos para assim, sabermos realmente onde pretendemos estar e que rumo tomar. Cabe-nos, com ou sem ajuda, saber quanto tempo queremos ficar no limbo até termos a capacidade de nos levantarmos e seguir caminho. O vosso corpo e mente dir-vos-ão, quando essa hora chegar... Alinhem o foco, que eu, finalmente recebi as instruções para alinhar o meu! Bom Domingo
Daqui a umas horas, faz três dias que estou em território estrangeiro.
O primeiro dia, foi complicado. Sobretudo quando do outro lado do portátil, alguém me disse isto. Igual quando falei com a minha mãe. Estava meia para lá, meia para cá. Não senti aquela vontade urgente de voltar, mas não me sentia tão em paz como pensava que ia sentir.
Ontem foi melhor. Fui trabalhar, gostei do que estive a fazer. À tarde ainda fiz umas compras, e o meu pai nunca me largou. Andou sempre comigo, levou me ao trabalho, foi-me buscar depois, não fosse eu não saber explicar como vinha para casa. Quando falei com o Doce, ele deu conta, e disse logo que eu estava diferente, a minha expressão facial estava mais leve, com outra aura.
Aqui ao fim de semana não se trabalha. Se trabalhar, é no sábado, e recebe-se a dobrar ou a triplicar, dependendo do tipo de trabalho, das horas feitas, e claro, dos patrões. O Domingo é que não, é completamente sagrado. Pára tudo ao Domingo: supermercados, lojas, farmácias - tudo fechado! Ao início parece estranho, mas penso que se em Portugal fosse assim, era já um pequeno passo para a felicidade dos habitantes.
Vamos ver como os próximos dias se vão desenrolar, e se consigo, de facto, adaptar me a morar por aqui. O meu pai está a ser fundamental nesta jornada. No primeiro dia, apanhou-me a chorar e para minha grande surpresa... Abraçou-me. Foi tão estranho e bom ao mesmo tempo. Parece que finalmente está a representar o papel que lhe foi destinado há vinte e um anos atrás.
Hoje, como o mundo inteiro sabe, comemora-se o dia da criança. Dia esse, em que os meus pais já me souberam fazer muito feliz. Ainda assim, há quem nos ligue, depois de quase um mês sem dar sinais, a felicitar-nos pela celebração em questão. Fui, sou e acho que serei sempre criança.
Mas há outro marco, paralelo àquele que todas as famílias estão a celebrar... Hoje, faz exactamente um mês que mudei o meu estado civil. Não me casei, não, mas deixei de ser/estar solteira. É verdade... Parece que os meus desejos de ano novo deram frutos, depois de tanto tempo à espera de alguém decente.
Como vos adiantei anteriormente, é um colega de trabalho. Mais velho do que eu, a quem comecei a achar piada depois de sentir que havia interesse. Fomos-nos conhecendo, saímos, partilhámos sonhos e ambições até que cheguei à conclusão que ele era, e é, exactamente 'aquilo' que eu procuro.
E que seja um primeiro de muitos!
Um excelente dia da criança a todas as verdadeiras crianças e não só.
Porque no íntimo do nosso ser, sê-lo-emos eternamente.
Nas últimas semanas, tenho sentido que todos os passos que dou na empresa, estão a ser observados com mil olhos. Talvez porque esteja na minha vez de ser avaliada como funcionária, ou simplesmente porque lhes apetece.
Recentemente, num dia como qualquer outro, em que fiz o turno da noite, deparei-me com uma colega que se demitia. Não disse as razões mas a verdade é que gerou alvoroço nas outras que ficaram. Com uma loja que precisava das pontas seguras, o patrão, olhou para mim e não sei lá porque alminha, decretou-me responsável de loja. Assim, sem saber nada, sem me explicar nada, e saiu. Tinha começado a fazer caixa no dia anterior. Ainda mal sabia fazer pagamentos, quanto mais segurar uma loja.
Mas lá se fez, não foi nada do outro mundo. Até recebi um elogio da patroa (Milagres!), quando viu através das câmaras, com toda a certeza, que eu estava um bocadinho em pânico com toda a responsabilidade que me passaram para cima. Ou por bom, ou por mau trabalho, a verdade é que tenho ficado pela minha cidade, o que em certo ponto, é melhor para mim.
Se ainda não vos disse, ali trabalha-se por objetivos. Não ganhamos à comissão, mas são apontadas todas a vendas de cada funcionária, para provar, num conjunto de dias se somos boas vendedoras, ou se deixamos os clientes servirem-se sozinhos.
Já estava a trabalhar há duas horas e ainda não tinha entrado dinheiro em caixa. Entrei em pânico, porque já sabia que, mais cedo ou mais tarde, iria receber um telefonema lá de cima a chamar-me à atenção. E quando constato que a colega da loja ao lado, estava a trabalhar bem, passei-me ainda mais. Ia ouvir pela certa.
Disse-lhe, num misto de emoções...
- Estou a fritar a pipoca Andreia, ainda não vendi nada!
- Colega, não frites as pipocas porque estás na tua hora de trabalho, não podes comer!
Isto tudo, só para chegar aqui. Há colegas que com coisas tão parvas, sabe-lá porque, conseguem dar ânimo. E a verdade é que depois, o dia acabou a correu bem.