... constato com os meus colegas em como fomos crianças felizes!
Em como nos enchia o peito saltar nos sacos de batatas, arrancar cenouras e ficar com a rama na mão, andar em baloiços feitos de pneus ou partes de mangueiras pendurados em árvores. Correr descalços pelos regos da água durante as regas e ouvir a avó a ralhar. E tantas, tantas outras!
O que é que as crianças têm hoje? Tecnologia. Tecnologia e mais tecnologia.
E sabem o que dói mais? É quando estes assuntos vêm à conversa, os miúdos olharem para nós e acharem que somos extraterrestres por termos sido felizes com tais coisas...
Foi na semana passada, quando cumpria o meu dever de neta, acompanhando os meus avós às suas consultas e afazeres, que reencontrei um amigo que não via há pelo menos três anos.
Apesar de algumas dúvidas, dirigi me a ele e a surpresa acho que foi feliz para ambos. Foi bom saber e sentir que, apesar da distância, do tempo, do não se falar, as coisas permaneceram exatamente iguais ao que eram nos tempos de escola.
Ficou surpreso ao saber que as coisas em Londres não me correram como eu esperava mas ao mesmo tempo contente por ter tido o descerenimento de voltar e poupar mais sofrimento em todos os sentidos. Um rapaz que mal queria saber de estudar e agora é segurança! Como a força de vontade, o tempo e as circunstâncias conseguem mudar uma pessoa e uma vida!
Fica como que uma nostalgia pensar que as pessoas com quem partilhámos tantas peripécias cresceram e são agora adultos. As responsabilidades começam agora, e tudo o que isso acareta.
Venham mais reencontros como aquele, para fazer uma pessoa sentir que mesmo que poucos, ainda tem algumas 'amizades' que se mantêm.