Aquele momento em que... #97
... vemos a luz ao fundo do túnel e vivemos numa ansiedade boa de ficar livre de créditos! Já falta tão mas tão pouco! Finalmente, finalmente! Já (re)começo a respirar!
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... vemos a luz ao fundo do túnel e vivemos numa ansiedade boa de ficar livre de créditos! Já falta tão mas tão pouco! Finalmente, finalmente! Já (re)começo a respirar!
... percebo que "Vida Adulta" means receber e no mesmo dia ficar sem praticamente nada
Há muitos anos que suspiro por uma Pandora.
Acho que sempre quis ter uma, por tantos e tão variados motivos. Porque 'toda' a gente tem, porque são lindas, porque acompanham de alguma forma os momentos mais marcantes da nossa vida e sobretudo, depois de ler o livro Destinos Cruzados, de Melissa Hill.
No natal, o meu Doce decidiu presentear-me. Ofereceu-me a pulseira de prata base e uma conta coração, super simples, mas tão carregada de significado. Oh meu Deus: tenho uma Pandora!
Admito que depois de a ter pensei muito sobre se de facto a queria. Pensei se iria usa-la, com que frequência o faria. Será que valia a pena dar tanto dinheiro por um artigo em prata? Mas vale, e agora tenho a certeza disso. Até ao presente, a mesma conta só com a conta que trazia no primeiro dia. Mas ando aqui perdidinha de amores por umas poucas! E assim que tenha oportunidade, vou dar companhia ao coração que habita sozinho na minha Pandora.
Estas são as mais desejadas no momento:
A primeira representa o meu bebé, a minha coisa mais fofa, da qual tenho tantas mas tantas saudades. A segunda representa o meu curso de secundário (artes visuais), uma área que me cativa bastante mas que a preguiça não me deixa desenvolver. A terceira representa o meu segundo grande amor, depois da patinagem. Existe, ou existia também um conta com um patim de gelo, mas não consigo encontrar nem no site, nem nas últimas lojas que tenho visitado. Aparentemente continua no catálogo, mas está esgotada há mais de dois anos.
Sei que uma Pandora leva anos a estar completa, se é que alguma vez estará. E quando estiver, já vale bem mais que muito! Mas só por ter vindo de quem veio, já vale a pena o esforço
Aqui os ordenados são pagos entre 13-15 de cada mês. Assim, coincidiu com o intervalo em que estive em Portugal. Como organizada que sou, fui fazendo as contas ao meio mês de Janeiro que trabalhei, e sabia portanto mais ou menos quanto ia auferir.
Vi o valor no dia em que fui embora mas como não me pareceu de longe o correto, decidi esperar até voltar para entretanto confrontar com o recibo das horas que havia de receber. Sabia que era paga a 10€ à hora (brutos). Pareceu-me mais que bom! No entanto, neste valor está incluído tudo o que podem imaginar: subsídio de alimentação é uma delas. O chamado 13º mês, aqui não existe! Achei estranho mas se o valor é tão alto, para quê reclamar. O meu pai já me tinha avisado que por não ter filhos e não pagar renda, ia descontar bastante.
Tal como já acontecia em Portugal, pensei. Pois bem, não. É muito mais!
Sabem quanto é que uma pessoa solteira e sem despesas aparentes desconta aqui?
Uns maravilhosos 16% minha gente, 16! Estou incrédula, verdadeiramente.
Ah, e fora mais umas taxaszinhas que vêm sempre por acrescento!
Conclusão: se vos oferecerem 2000€ no estrangeiro não se iludam nem achem que o valor é muito alto, porque destes, só vão receber perto de 1500€. Têm uma renda de 700€ para pagar, 50-100€ pela recolha de lixo (valores variam de zona para zona e pelo numero de pessoas), 200€ para contas (não inclui televisão, que é obrigatório pagar nem Internet, que é opcional. Só e apenas água, luz e gás), perto de 100€ pelos transportes, fora tudo o que seja de alimentação.
Compensa? Eu, na minha modesta opinião, acho que não.
Um mês além fronteiras. Longe dos meus amores, da minha família, da minha casa, da minha cama, das minhas ruas, dos meus lugares... De todas as coisas que me faziam tão feliz e agora fazem tanta mas tanta falta... A curiosidade de tentar, de experimentar coisas novas, o facto de estar desempregada, ter aqui quem me desse a mão, tudo isso foram fatores que me fizeram vir. O plano era ver o que achava e caso me agradasse, trazer o Doce começar a nossa vida aqui.
Vendo bem as coisas, as conclusões a que cheguei são:
1. As casas têm imensas condições de aquecimento. Mas custam um balúrdio.
2. As pessoas vivem as suas próprias vidas. Mas há sempre um português a meter o nariz.
3. A rede de transportes é o que mais me fascina. Mas a condução para mim, tem outro encanto!
4. Os ordenados parecem excelentes, mas avaliando todas as despesas vai dar ela por ela.
E como disse anteriormente, se não for para se poupar, porquê sair de ao pé dos nossos...?
5. De que me serve ter o fim-de-semana livre, se não tenho com quem o passar?
Mesmo futuramente com o Doce, mãe é mãe, e todos sabem o que ela significa na minha vida.
6. Há coisas que nunca vão mudar, e eu tenho teimado em não aceitar isso, e tentado mudar as coisas mas já me cansei de o fazer e por isso, está na altura de um ponto final.
Mesmo assim, vou fazer um esforço e cumprir o contrato que assinei.
São seis meses, e um já lá vai. Só faltam cinco. Já só faltam cinco...
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