Sinto que as pessoas aqui são civicamente mais educadas.
Os lugares reservados a pessoas deficientes físicas ou motoras, são para as mesmas. Não há nenhum otário a parar nem a estacionar lá como é tão recorrente ver-se em Portugal. As pessoas, principalmente as crianças, e aí é que entra todo o meu espanto e admiração: se chegar alguém carregado ou uma pessoa idosa, os mesmo são os primeiros a levantar-se e a ceder o lugar que ocupavam até então, nem que para isso tenham que ir em pé uma carrada de tempo! Sabem a frequência com que via isto acontecer em Viseu? Se pensar bem, talvez 1/1000. Há toda uma cordialidade entre os meios de transporte fascinante, uma boa organização no trânsito, nada de protestos, muito menos buzinadelas! São todos muito mais relaxados e felizes!
São situações que tenho presenciado e me têm agradado bastante, principalmente por ver que a geração que se segue, ainda tem qualquer coisa de útil naquela cabeça. Ainda há pais que sabem dar os valores base aos seus filhos. E eu que já quase nem tinha esperança de voltar a dizer isto!
Como toda a gente sabe, recentemente houve uma actualização no Decreto-Lei nº 58/2016 que nos diz que deixou de haver um local para o atendimento prioritário, mas sim todos eles de uma forma geral. Sinceramente? Estou de acordo e acho muito bem. Agora depende daquilo que algumas pessoas vão querer fazer disto.
Na sexta feira passada, entre muitos lugares, fui ao Pingo Doce. Com a confusão esperada, devo ter demorado uns bons 20 minutos na fila para pagar um mísero saco de sílica em promoção para o meu pequenino. Atrás de mim na fila, havia um senhor com um carrinho e uma bebé. Quando finalmente chegou a minha vez de ser atendida, o instante da abordagem da operadora de caixa foi o mesmo em que a bebé me pontapeou a carteira e me fez olhar para trás. Ri-me para ela, e fiquei umas milésimas de segundo entretida. A operadora de caixa pergunta me assim que me volto para ela, se a bebé era minha, muito atrapalhada por não me ter cedido prioridade. Ao que eu respondi prontamente que não. Foi então, que ela sugeriu de forma pouco subtil, que deixasse o senhor passar. Olhei estupefacta para ela, como quem lhe dizia mentalmente se ela não conhecia a lei na sua íntegra. Quando ia intervir, o senhor fê-lo por mim, ao frisar que estava acompanhado de uma criança, sim, mas não de uma criança ao colo.
Não foi nada de mais, e teria com toda a certeza deixado passar qualquer pessoa. Desde que fosse verdadeiramente uma prioridade, o que neste caso, não era certamente. Mas felizmente, a pessoa que me seguia, foi civilizada o suficiente e sabe da lei na sua íntegra.
Desde muito pequena que interiorizei como funcionam os lugares de estacionamento.
Como tal, também sei para quê e para quem servem os lugares assinalados com uma cadeira de rodas.
Sou uma pessoa com muita ira. Ira, em relação a tanta falta de civismo que vejo cada vez que saio à rua. E esta é só mais uma de muitas coisas que me irritam profundamente.
Há uns meses, ouvi na rádio, o nosso Nilton a contar uma situação em que, uma pessoa que era portadora de deficiência, teve que deixar o carro longe porque o lugar que lhe era destinado, estava ocupado. Então, ele decidiu simplesmente deixar um recado: "A falta de civismo ainda não é considerava deficiência. Lamento, mas não pode estacionar aqui.". Achei fantástico! Vá, admito que talvez, talvez já tenha deixado algumas mensagens semelhantes. Felizmente, sou saudável. Mas fi-lo só por uma questão de revolta...
Mas, há poucos dias, saiu a melhor de todas! Vejam:
Fico mesmo muito feliz por saber que há pessoas que se preocupam com estas (pequenas) grandes situações onde reina a falta de civismo. Foi simplesmente fenomenal!