Ganância? Eu nem sei se é ganância, se é falta de humildade ou pessoa mal agradecida!
Estou em choque com algo que aconteceu ontem, e estou mesmo!
Ia sossegada com a minha mãe, quando uma espécie de mendigo pediu uma moeda para comer qualquer coisa, que estava cheio de fome. A minha mãe, que vinha com trocos nas mãos de ter comprado o pão, esticou-lhe uma moeda de 2€, quase sem pensar na quantia absurda que lhe estava a dar! E imaginem, agora é que são elas! O desgraçado, diz:
- Oh... Mas isto não chega para um bolo e uma Ucal!
WHAT?! O que é isto? De certeza que ouvi bem? Até fiquei meia parva!
Como é que é possível, receber 2€ assim de bandeja e reclamar que é pouco?! E ainda por cima, nem um obrigada acrescentou à coisa?! Será que isto foi mesmo real, ou eu só sonhei?
É incrível como ainda há tanta gente mal na vida, por opção ou não, e mal agradecidos ainda por cima! A ganância é uma coisa tão feia senhores, tão feia...
Como já foi dito anteriormente, o Carnaval não é de todo uma celebração que me deixe necessariamente com vontade de me mascarar. Acho que em toda a minha vida, assisti a quatro ou cinco cortejos, mas nada de execional. Aqui na Alemanha o Carnaval é, aparentemente, das celebrações mais importantes do ano. Milhares de pessoas saem à rua para ver o desfile e comemorar esta data. Há um bocadinho de tudo: desde crianças a pessoas de idade, homens e mulheres, tudo com uma alegria tão grande que chega a ser contagiante.
Não chegámos no início, porque entre atrasos alheios à minha pessoa, os transportes também não ajudaram muito sendo que estão um caos, entre muitas linhas que nem sequer circulam para evitar atrasos e problemas ao tão aclamado cortejo.
As pessoas interiorizam o Carnaval de tal forma que uma semana antes andam mascarados, nomeadamente com aqueles pijamas fato-de-macaco da Primark, a coisa que mais se viu por aí!
Nesta primeira fotografia, vemos habitantes locais vestidos a rigor!
Há música de todos os tipos e feitios: a de fundo, que sai das colunas previamente colocadas em bastantes pontos das ruas como sons de tambores, flautas e pessoas a cantar.
O meu pai disse que este ano, o tema do cortejo seria o acontecimento histórico da América: Trump. Não sei onde ele terá visto tal informação porque, vi bastantes carros e nenhum deles tinha sequer a mínima semelhança com o assunto. Achei no entanto imensa piada a este, pelo contexto económico que vivemos e ver que em vez de se lavar roupa, lava-se dinheiro. Aparentemente é uma figura mítica de cá, mas que a mim, claro está, não me diz nada.
Os veículos carnavalescos, não sei se era uma piada, ou se era real, mas que vi esta informação em mais que um, vi. Só podem circular a 6 km hora. Os desgraçados!
E a parte melhor deste cortejo é: lançamento de doces! Isso mesmo - doces! Chocolates miniatura, rebuçados, gomas em formato mini, tudo aquilo que possam imaginar. Entre muita gulimisse que consegui apanhar, apanhei também um dos momentos de lançamento.
Ao meu lado, estava um rapaz de cadeira de rodas. Apesar da deficiência física, pareceu-me ter todas as capacidades mentais. Aquando a queda dos chocolates, ele só olhava, com alguma tristeza sem os poder apanhar. Alguma coisa em mim me fez partilhar o que apanhei com ele, que me agradeceu num gesto tão instintivo e com um sorriso tão genuíno que compensou totalmente!
Depois, como disse, desde miúdos a graúdos tudo fez parte do cortejo. A senhora de idade que tive oportunidade de fotografar, fez me soltar um leve sorriso, por ver que aqui, todos aderem de forma igual sem vergonha ou receio do que os outros vão pensar.
No geral, gostei do cortejo. Tirei uma carrada de fotografias das quais só aproveitei um terço, apanhei e comi doces, fiz uma boa ação e vim para casa contente. Achei uma boa iniciativa e muito provavelmente nos próximos anos, já verei o Carnaval com outros olhos!
É um tema que sempre me suscitou interesse, porque me considero uma pessoa amiga do ambiente. Sempre fui instruída, tanto em casa como na escola, a fazer a reciclagem e é um hábito que se tornou tão parte da rotina que já nem custa nada!
Aqui, salvo exceção à regra, as pessoas fazem a reciclagem. Cada prédio tem o seu local para pôr o lixo, um espaço que é aberto com uma chave que é entregue aquando o aluguer de uma casa. Nesse espaço há os contentores para o lixo geral, para papel, vidro, plástico, pilhas. tudo o que pode haver. É como se, cada prédio, tivesse o seu próprio "centro de lixo". No entanto, paga-se uma taxa obrigatória chamada Nebenkosten - custos adicionais. São custos nomeadamente para a recolha do lixo, limpeza do prédio, praticamente como se fossem as despesas do condomínio.
Todas as garrafas de plástico e latas (pelo menos) têm um símbolo que significa retorno. Cada uma dessas, vale 0,25€ se for entregue nos respetivos locais. São emitidos vales, vales esses, que podem ser descontados nas compras e/ou o excedente é nos devolvido em dinheiro. Achei uma ideia fantástica, e que incentiva as pessoas uma vez mais a reciclar!
Ontem, pela primeira vez incluí nas minhas compras uma garrafa de sumo. Tinha levado dinheiro à ração e na caixa reparei que paguei qualquer coisa chamada Pfand, num valor correspondente a 0,25€. Fiquei intrigada, mas como não consegui traduzir no imediato, nada disse.
Quando cheguei a casa, e questionei o meu pai, ele diz me que é a tara das coisas de plástico que compras e se as devolveres, recebes o dinheiro de volta. Ah, agora já faz sentido! Realmente não percebia porque davam dinheiro só por as pessoas reciclarem! O meu pai só se ria, porque eu ter acreditado que só recebias, como que um agradecimento pelas tuas boas ações! Afinal recebes porque já o pagas-te! Mesmo assim, acho uma boa iniciativa que lá está, obriga as pessoas a reciclar e é se querem o dinheiro de volta. Agora é tudo muito mais claro!
Como toda a gente sabe, recentemente houve uma actualização no Decreto-Lei nº 58/2016 que nos diz que deixou de haver um local para o atendimento prioritário, mas sim todos eles de uma forma geral. Sinceramente? Estou de acordo e acho muito bem. Agora depende daquilo que algumas pessoas vão querer fazer disto.
Na sexta feira passada, entre muitos lugares, fui ao Pingo Doce. Com a confusão esperada, devo ter demorado uns bons 20 minutos na fila para pagar um mísero saco de sílica em promoção para o meu pequenino. Atrás de mim na fila, havia um senhor com um carrinho e uma bebé. Quando finalmente chegou a minha vez de ser atendida, o instante da abordagem da operadora de caixa foi o mesmo em que a bebé me pontapeou a carteira e me fez olhar para trás. Ri-me para ela, e fiquei umas milésimas de segundo entretida. A operadora de caixa pergunta me assim que me volto para ela, se a bebé era minha, muito atrapalhada por não me ter cedido prioridade. Ao que eu respondi prontamente que não. Foi então, que ela sugeriu de forma pouco subtil, que deixasse o senhor passar. Olhei estupefacta para ela, como quem lhe dizia mentalmente se ela não conhecia a lei na sua íntegra. Quando ia intervir, o senhor fê-lo por mim, ao frisar que estava acompanhado de uma criança, sim, mas não de uma criança ao colo.
Não foi nada de mais, e teria com toda a certeza deixado passar qualquer pessoa. Desde que fosse verdadeiramente uma prioridade, o que neste caso, não era certamente. Mas felizmente, a pessoa que me seguia, foi civilizada o suficiente e sabe da lei na sua íntegra.