Daqueles grandes... Vesti um par de calças que ainda não tinha vestido desde que cheguei. Adivinham o que elas traziam? Pêlos, pequeninos, meios pretos, meios brancos, que tanto me irritavam em Portugal, e que agora me deixam o coração tão pequenino...
Oh meu bebé, tenho tantas saudades tuas... Já fazes parte da minha vida há cinco anos, e é bom que não te atrevas a ir embora tão cedo, porque ainda tens muitos anos para me aturar!
Como toda a gente sabe, recentemente houve uma actualização no Decreto-Lei nº 58/2016 que nos diz que deixou de haver um local para o atendimento prioritário, mas sim todos eles de uma forma geral. Sinceramente? Estou de acordo e acho muito bem. Agora depende daquilo que algumas pessoas vão querer fazer disto.
Na sexta feira passada, entre muitos lugares, fui ao Pingo Doce. Com a confusão esperada, devo ter demorado uns bons 20 minutos na fila para pagar um mísero saco de sílica em promoção para o meu pequenino. Atrás de mim na fila, havia um senhor com um carrinho e uma bebé. Quando finalmente chegou a minha vez de ser atendida, o instante da abordagem da operadora de caixa foi o mesmo em que a bebé me pontapeou a carteira e me fez olhar para trás. Ri-me para ela, e fiquei umas milésimas de segundo entretida. A operadora de caixa pergunta me assim que me volto para ela, se a bebé era minha, muito atrapalhada por não me ter cedido prioridade. Ao que eu respondi prontamente que não. Foi então, que ela sugeriu de forma pouco subtil, que deixasse o senhor passar. Olhei estupefacta para ela, como quem lhe dizia mentalmente se ela não conhecia a lei na sua íntegra. Quando ia intervir, o senhor fê-lo por mim, ao frisar que estava acompanhado de uma criança, sim, mas não de uma criança ao colo.
Não foi nada de mais, e teria com toda a certeza deixado passar qualquer pessoa. Desde que fosse verdadeiramente uma prioridade, o que neste caso, não era certamente. Mas felizmente, a pessoa que me seguia, foi civilizada o suficiente e sabe da lei na sua íntegra.
Ainda não passei por ela, mas será que existe algo melhor?
Ontem tive a oportunidade de ver uma bebé lindíssima, nascida há pouco mais de dois dias, de uma das minhas ex-colegas mais queridas, com quem tive o prazer de privar na sapataria. A bebé é a coisa mais doce, mais perfeitinha que já vi. Tão frágil que até dá medo de pegar, e tão querida que derrete qualquer coração.
Desde bem cedo que penso que quero passar pela experiência. Talvez por ter cá em casa o melhor exemplo que podia ter. Talvez por ter tanto orgulho na minha mãe, que espero algum dia alguém se poder orgulhar assim de mim.