... vou a casa da mamã e o Blacky me ignora totalmente. Tento afaga-lo e nada. Outra tentativa e até fugiu! Partiu-se-me o coração, fiquei muito magoada... Até a minha mãe ficou atónita.
Já não me conhece? Ou está a manifestar a desilusão de o ter abandonado?
Pois é, e eu nem bom ano vos vim desejar. Sou uma desnaturada! Uma tristeza...
Mas acredito que compreendam e me vão desculpar. As ausências não têm sido infundadas, garanto. Acredito no entanto que, agora que já lá vão as festas, vou voltar em peso. É hora de recarregar baterias e fazer com que este ano, seja sempre melhor que o anterior!
Pondo em dia o que ficou pendente, o Blacky já está em casa. Teve alta no último do ano e tive assim o privilégio de lhe dar todos os mimos possíveis e imagináveis! A inflamação está tratada e agora está de dieta. Uma dieta daquelas rigorosas, que eu também devia fazer!
2017 foi um ano muito positivo. Tentei a emigração e descobri que o caminho não era esse. Percebi que embora haja laços, os sanguíneos nem sempre são os mais fortes. Fui finalmente submetida a cirurgia e o resultado é de louvar. O pós-operatório foi maravilhoso e nada doloroso, e tirando um dia ou outro, passou a correr. Comecei o projeto "Morar juntos 2019" com o Doce e o enxoval está num excelente caminho. Encontrei e tenho um trabalho de sonhos, daquele tipo que nos faz andar alegres e contentes, sem sentirmos o mínimo tipo de obrigação.
Agora a 2018, não vou pedir nada. Não peço porque sou eu quem tem que fazer por conseguir o que quero. Quero acreditar que este ano, vou conseguir. Vou acabar de pagar o carro, vou ver o meu contrato ser renovado e vou ter o corpo que sempre quis. Sê bem vindo 2018!
Pois é, quando aqui passei na manhã de ontem mal estava a prever o que ia acontecer.
Desde que veio do vet que o Blacky andava meio mole. Além de bufar à gata devido à sua nova vestimenta (foi esterilizada e tem que andar de body até ordens em contrário), ele andava a comer muito pouco. E desse pouco que comia, continuava a vomitar tudo.
A minha preocupação começou a aumentar mas diziam-me que eu estava a exagerar.
No dia 23 à noite, decidi ligar ao veterinário e explicar o melhor que pude as reações observadas no gato. Após me ouvir, a Dra. disse que parecia não ser nada além da mudança abrupta de alimentação. Sugeriu deixar o gato em jejum durante a noite e na manhã seguinte ligar e dar-lhe o ponto de situação.Achou que não valia a pena ter que arcar com a despesa de uma consulta de urgência, coisa que lhe agradeci prontamente. Liguei perto das 10h onde disse que achava que o gato estava igual. Apesar de não ter nada no estômago para vomitar, continuava com aqueles arranques. A minha aflição instalou-se quando o vi 'tossir' e revirar os olhos. Caiu-me a ficha e não esperei mais. Que se lixe o dinheiro por ser Domingo. Peguei nele à força e fui ao vet.
Hoje, dia 25, o Blacky ainda lá está. Ficou internado o natal todo... Será que eles sentem que é natal? Será que o meu amor sentiu que passou esta quadra sozinho, num sítio que detesta?
Inicialmente, a médica achou que era só ar nos intestinos e pediu um raio-x. Pelo menos uma noite já ia ter que lá ficar... Ai, a ânsia de ver o telefone tocar era mais que muita... E ele há pouco, finalmente tocou. A notícia, de que tinha de ficar mais uma noite deixou-me desolada. O diagnóstico é uma grande inflamação nos intestinos. Provavelmente será uma coisa de resolução rápida. No pior dos casos, será precisa uma biopsia para avaliação mais pormenorizada.
Desculpa meu amor por te ter enganado, mas teve que ser. Estava preocupada contigo e afinal... Tinha razão. Espero que fiques bom depressa e voltes para casa. Tenho saudades tuas
Todos desse lado sabem que, cá por casa, há dois bichanos: o Blacky e a Mia.
O Blacky é o o amor da minha vida. Não sei se é porque eu o adoro, porque o adoro ou porque o adoro outra vez. Mas que o adoro, disso, podem ter a certeza absoluta! É relativamente amoroso e meigo, embora tudo isso desapareça quando vê a sua maior inimiga... A transportadora.
O Blacky tem seis anos. Em todo este tempo, só conseguimos fazer-lhe a castração. Não por falta de dinheiro ou de vontade, mas simplesmente porque ele não se deixa apanhar. Quando é apanhado e ele percebe que foi traído, fica ofegante, esperneia, magoa-nos, ataca e inclusive mija-se. Parece mentira mas não é... Sim, de tanto medo ele mija-se. Quantas não foram as vezes que tivemos de desmarcar à última porque não fomos capazes de apanhar o nosso próprio gato... Mas bem, apesar de tudo isto sempre foi um gato saudável. Brinca, corre que nem doido e come a quantidade indicada. De há uns meses para cá, não sei se é pela chegada da Mia, ele não anda o mesmo. Quando chega a hora da refeição, como a Mia quer comer ao mesmo tempo ele acaba por lhe ceder a vez. Passa a hora e ele não come e quando se lembra, enfarda como se não houvesse amanhã. E o que é que acontece depois? Vomita, pois claro. Típica atitude bulímica.
A preocupação começou a aumentar nos últimos dias quando, em vez de uma vez na quinzena começou a ser diário. Algo devia estar muito errado... Ainda não sei como mas a minha irmã conseguiu um milagre. Nem ela sabe como o conseguiu enfiar na caixa à falsa fé. Foi logo a correr ao veterinário, mesmo sem marcação para tentar a sorte. E felizmente, conseguiu.
Ficou para observação durante a noite e foram lhe feitas análises. Fui buscá-lo ontem e o médico disse que nada indica uma doença. Mandou-nos mudar de ração e recomendou uma anti-alérgica para ver a reação dele (2,50 kg - 33,50€!). Hoje, vou buscar a Mia, que foi também internada ontem para ser esterilizada. Vou marcar consulta para ambos e pensar já no terror que será engana-los novamente para a semana. A somar lhe a operação, já ascende aos 400€. Assim, de repente e quase sem se contar. Tem que ser, eu sei. Só é pena ser tudo junto e num mês em que naturalmente se gasta mais... Ao menos que fiquem bem, isso é que interessa. Nós tomámos a decisão de os adotar por isso é responsabilidade nossa cuidar e zelar por eles. Sempre!
Há uns meses pedi-vos opinião sobre a vontade que a minha mãe tinha em trazer um cão cá para casa. O principal problema era o já residente, machão Blacky, dono de si próprio, com a mania que manda em tudo quanto é da casa. E depois de muito tempo, a verdade é que ontem, chegou efeticamente um membro novo ao nosso lar, mas não foi um cão... Foi uma gata.
Uma gatinha com pouco mais de dois meses, traçada de persa. Uma gata, que a minha mãe decidiu salvar de maus tratos de uma casa que ela costuma limpar. Atenção que, com maus tratos, não é necessariamente violência física. São para mim maus tratos, nomeadamente, deixar um animal fechado numa varanda, ao sol, sem água, comida ou uma caixa de areia limpa.
Depois da ameaça ter sido lançada semanas atrás, tornou-se finalmente real. Temos mais um membro nesta família de mulheres. Uma gata linda, infelizmente com muita falta de amor, carinho e bons tratos mas a partir de agora, tudo vai mudar. Apresento-vos a Mia!
O Blacky, tal como seria de esperar, não gostou da surpresa. Será um processo bem demorado e penoso. Esperem, acho que era perigoso que queria dizer. Ontem ao serão houve o primeiro confronto, e não correu nada bem. A determinada altura o residente virou-se à novata, que assustada não se mexeu. Logo em seguida, duas das donas intervieram, e o Sr. gato virou-se a elas. Felizmente não aconteceu nada de maior, mas ficámos verdadeiramente assustadas.
E pronto, a guerra está declarada. Só espero que ninguém saia magoado disto