Dizem que o que é bom acaba depressa e é verdade. Mas quando conseguimos aproveitar praticamente cada minuto, esse sentimento muda completamente.
Quando eu e a Maria mais nova decidimos fazer esta viagem, as primeiras preocupações foram encontrar o melhor voo e um bom hotel. Depois de alguma pesquisa e contas feitas, percebemos que apesar de estarmos mais perto do Porto, ficava mais económico viajar a partir de Lisboa. Assim, por questões de fazer render o tempo, apanhámos o primeiro voo de ida e um pela hora de almoço na vinda. A companhia aérea foi a TAP. Tínhamos um voo às 6h55 que acabou cancelado e recolocaram-nos no das 8h25, com chegada a Frankfurt às 12h35. É um voo relativamente curto - 3h de viagem (São quatro, pela diferença do fuso horário). O aeroporto de Frankfurt é ridiculamente grande. Da última vez que lá aterrei, não tinha tido tanta perceção disso. A informação está bem disposta, sempre com inglês e em alguns locais até francês.
Nas pesquisas feitas pré-viagem, percebemos que há imensos transportes, não propriamente baratos. Mas, existe o Frankfurt Card e o Rhein-Main Card. São como passes com um extra de terem descontos nos principais museus e atrações da cidade. O primeiro é apenas para Frankfurt, incluíndo o trajeto do aeroporto, o segundo é para toda a zona dos rios Rhein e Main - inclui Mainz, Wiesbaden, Friedberg e mais umas poucas. Ambos os cartões existem na forma individual e na forma de grupo, o Frankurt para um dia ou dois dias, o Rhein-Main é sempre dois. Este último custa 26€ individual e 46€ de grupo (o bilhete de grupo dá para até cinco pessoas. Mas como veem, bastam ser duas e já compensa esse). O Frankfurt Card, tabela abaixo:
Comprámos para começar o Frankfurt Card. Pegámos nas trouxas e fomos em direção ao hotel.
A escolha do hotel não foi difícil. Estipulámos um valor máximo - 200€ para as três noites. Não era preciso nada chique mas com um conforto razoável. Um requisito foi ser perto da estação principal de Frankfurt. Caso nos perdêssemos, era fácil de lá voltar. Pesquisámos pela Booking, Trivago, Momondo até ficarmos com duas opções: Hotel Novum Continental ou Hotel Excelsior. Vimos as condições e ofertas de ambos e como tenho uma irmã que trabalha numa agência de viagens e tem montes de operadores com preços diferentes, reservámos no Hotel Excelsior. Fica mesmo à porta da estação, pode fazer-se o check-in às 12h e tem mini-bar gratuito, reabastecido todos os dias. Existe uma mesa na receção com bolos e bebidas à disposição durante toda a tarde, chamadas locais gratuitas e serviço de engomaria (não usámos os últimos dois). O quarto foi uma agradável surpresa, tendo em conta o preço final. Até a varanda tivemos direito!
Depois de instaladas e as malas desfeitas, fomos explorar os transportes para ir até à Main Tower. A Main Tower é um arranha céus com 56 andares, com 200m de altura. O nome deriva do rio e é o quarto mais alto de Frankfurt. O preço de adultos é 7,50€ cada, com o Frankfurt Card ficou a 6€. A vista é de tirar o ar, completamente deslumbrante.
Seguimos quase sem destino até estarmos na escultura do Euro. Não há propriamente nada para ver aí mas é um ponto turístico de fotografias. Depois disto, e como já se fazia tarde, regressámos ao hotel, metemos qualquer coisa à boca e fomos dormir porque o corpo já não aguentava mais.
(Ainda na segunda-feira, praticamente mal chegámos ao hotel ligámos ao nosso pai, que não pareceu acreditar que estávamos mesmo lá. Como ele tinha consultas que não podia adiar, ficámos de nos encontrar depois do almoço, no dia seguinte).
Terça-feira, corpo revigorado, mais um dia. Aproveitámos a manhã e fomos ao Zoo de Frankfurt. O preço de adulto é 12€, com cartão ficou a 10€. É bem maior do que pensámos. Vimos espécies que não conhecíamos, tirámos uma centena de fotografias e divertimos-nos muito.
(Vi o Nemo e o rei Julião! E uma águia fotogénica )
Entretanto chegou o nosso pai e fomos em direção à parte antiga, Römer. Por aí almoçámos e visitámos algumas igrejas e o Museu de História de Frankfurt. Neste, o desconto foi de 50%. Visitámos a exposição permanente por 4€ cada uma.
Depois, fizemos o cruzeiro sobre o rio Main. Há de 50 e 100 minutos, partidas de hora a hora, última saída às 17h. Como só saímos do museu às 16h30, só fizemos os 50 minutos. Mais uma vez cartão deu desconto. O preço fixo 9,90€, com desconto de 20% (7,92€). Depois disso comprámos já algumas lembranças e mais um dia passou.
Na quarta-feira foi a nossa vez de ir ter com o nosso pai, então comprámos o Rhein-Main Card para poder viajar até onde ele mora. Conhecemos a zona dele, recordei os locais por onde andei há dois anos, os transportes que apanhava, a rotina que fazia. Depois de almoço voltámos e fomos à rua Zeil. A rua Zeil está para Frankfurt como a Oxford para Londres e a Gran Vía para Madrid. Fomos às lembranças doces e quando demos por ela, já é noite. Note-se que as lojas fecham na sua grande maioria às 20h.
Quinta-feira, último dia. Último pequeno-almoço (todos os dias tinham variedade mas não fiquei maravilhada. Cometeram o crime de não terem croissants! E confesso que me fez, e faz, confusão alguém comer arroz e noodles ao pequeno-almoço. São cheiros demasiados fortes logo pela manhã). Já agora, a gastronomia é muito fraca, tudo à base de salsichas e comidas rápidas. Poucas opções saudáveis (ou nós é que não encontrámos). Hora de viajar até ao aeroporto, Lisboa e finalmente Viseu. Foram uns dias bons, bem aproveitados e sobretudo, bem caminhados! Assim acabou a nossa viagem. Passeámos, fizemos a primeira viagem de irmãs e uma surpresa ao nosso pai. O balanço é sem dúvida positivo.
Dentro de uma semana, por esta hora, estarei na outra ponta da Europa. Lembram-se quando nas resoluções de ano novo, falei que em 2019 iria fazer uma viagem jeitosa? Pois é, eu e a Maria mais nova decidímos ir passear, vamos até Frankfurt!
Corria o mês de Outubro quando falámos no assunto, assim muito por acaso. Que seria giro fazermos uma viagem as duas, uma estreia entre irmãs, ir conhecer algum lugar novo. Sempre dentro da Europa, pensamos em imensas cidades mas a decisão acabou por um consenso. Tendo em consideração que o nosso pai anda para aqueles lados, pensámos que seria uma boa opção aproveitar a deixa e fazer uma visita. Faltava escolher quando. Março, Abril, Maio, era igual. Para mim tinha que ser após Fevereiro, pois só aí ia ficar mais folgada nas contas. (Ironia das ironias, acabei desempregada antes disto tudo)
Então a mana disse: "E porque não apanhar o dia do pai?". E pronto, é três em um. Viagem e visita, num dia especial. Assim, vamos (já!) na próxima segunda-feira e voltamos na quinta bem tarde. Alinhámos os pormenores e as coisas, comprámos os bilhetes e pronto, temos vivido nesta ansiedade maluca há quase meio ano. Claro que, eu ter ficado sem emprego abanou-me bastante. Nunca esteve em questão abdicar desta viagem (já está tudo pago) mas tornou-se um impedimento na procura de trabalho. Empresa alguma me faria um contrato e menos de um mês depois, dar-me uma semana de férias, não é... Logo, estive este mês meio que em intermitência. Fui a várias entrevistas mas mal falava do impedimento, fechava portas.
Posto isto, não sei se alguém já foi a Frankfurt. Em caso afirmativo, têm alguma sugestão de restaurantes ou sítios que devamos visitar? Obrigada
Hoje é o meu último dia de trabalho. O penúltimo dia desta minha estadia na Alemanha (voo na madrugada de Domingo). Praticamente a chegar o fim de uma experiência com pouco mais de dois meses. Dois meses que foram tão longos mas ao mesmo tempo tão na medida certa.
Como em todas as experiências na vida, cresci. Um bocadinho como pessoa, bastante como mulher. Aprendi tanto mas ao mesmo tempo aprendi tão pouco... Experimentei sentimentos e sensações que sempre estiveram visíveis e eu recusei durante anos aceitar. Travei conflitos com coisas perfeitamente desnecessárias que estavam escondidas mas que eu quis procurar. Precisei de remexer no passado, lavar toda a roupa suja que tinha a lavar e sair de cabeça erguida.
Lamento a forma como vou, principalmente do trabalho. Custa-me, apesar de pouco tempo, o que fiz ao meu patrão. Aquele homem foi impecável comigo, em todos os sentidos. Deu-me férias quando não tinha direito a elas, esteve sempre disponível a ouvir-me e nunca se impôs a nenhuma das minhas decisões pessoais. Pintaram-me o homem como sendo o diabo, mas nunca eu tal vi. Quem mo pintou também não é santo, e nunca saberá o que é receber elogios pelo trabalho bem feito. (Isto porque ontem foram entregar-me a rescisão do contrato e entre muita conversa foi-me dita uma daquelas verdades incontestáveis que só se dizem quando são 100% verdadeiras porque nada se ganha em mentir. Foi-me dito que nunca aquela escola esteve tão bem limpa como durante os dois meses que eu ali trabalhei. Apesar de não ser o trabalho de sonho de uma rapariga de vinte e um anos, não posso deixar de me sentir orgulhosa e mais uma vez agradecer à maravilhosa mãe que tenho por todas as ferramentas que me deu na vida!)
Hoje é também dia de tratar da burocracia. Cancelar tudo o que respeita a legalização, ver se não deixo pontas soltas para depois o fisco não correr atrás de mim! Amanhã, é dia de fazer as malas e abastecer-me de tudo o que é doce para levar a quem me espera na outra ponta da Europa!
Respirar fundo e deixar a poeira assentar. Recomeçar, naquele que será sempre o meu país
A primeira coisa que o meu patrão me exigiu foi uma conta bancária. Pelos motivos óbvios ou não quisesse eu auferir de salário. Eu já tinha decidido o banco em que queria abrir, não por alguma condição em especial, mas porque fui super bem atendida por um moço bem jeitosinho - no inglês! Derivado ao meu pai cá estar, sugeriu abrir no banco dele porque havia lá uma portuguesa que me poderia ajudar melhor. Depois de uma grande confusão, acabei por ir para lá.
Foram me cobrados 50€ iniciais (só hoje percebi porquê) e 12€ no imediato pela anuidade do cartão. Não aderi ao homebanking porque me pediram 62€ para tal! Desde quando é que para se ter homebanking se paga?! Mas bom, adiante. Foi me dito também que seriam cobrados mensalmente 2,90€ derivados a ser uma conta ordenado - porque se não fosse, a despesa mensal era de 6,90€. O cartão chegou num prazo super sónico - três dias depois! Uau, aquilo foi mesmo rapidez! Na mesma semana, já tinha tudo em ordem e pronto a usar.
Ontem aproveitei a manhã para passar por lá e informar-me como deveria proceder tendo em conta que pretendo regressar a Portugal. Como não gosto de ter cá favores, desenrasquei-me como soube e foi o inglês que me ajudou. A senhora, super atenciosa disse-me que podia cancelar a conta na hora. O problema é que ainda vou auferir de ordenado no mês que vem então não poderia ser. Sugeriu-me então deixar uma ordem escrita, com a data pretendida para eles encerrarem a conta, e pediu juntamente que eu lhe levasse o meu IBAN e BIC da conta portuguesa para eles assim me transferirem o respetivo valor. Disse também que os tais 50€ seriam devolvidos passado um ano, porque aparentemente foram uma espécie de caução.
Pareceu-me boa a solução encontrada e será mesmo isso que farei. Não sei se pagarei alguma coisa pela transferência mas mesmo que sim, compensa o trabalho e a chatice de meter mais alguém no assunto. Gostei sobretudo da simpatia e atenção com que fui tratada, e apesar de inicialmente não ser o banco onde queria abrir conta, não me posso queixar até hoje.
... a derradeira conversa já aconteceu. E correu melhor do que aquilo que eu esperava.
Depois de algumas tentativas lá consegui falar com o meu patrão. Não lhe expliquei exatamente os motivos da minha decisão, apenas lhe expus a minha vontade. Ele cedeu, sem reclamar nem dizer nada de mais. Disse que lamentava a minha ida, mas que respeitava.
Não tenho ainda dia certo, mas certo é que em Abril já estarei em Portugal.