Carnaval
Como já foi dito anteriormente, o Carnaval não é de todo uma celebração que me deixe necessariamente com vontade de me mascarar. Acho que em toda a minha vida, assisti a quatro ou cinco cortejos, mas nada de execional. Aqui na Alemanha o Carnaval é, aparentemente, das celebrações mais importantes do ano. Milhares de pessoas saem à rua para ver o desfile e comemorar esta data. Há um bocadinho de tudo: desde crianças a pessoas de idade, homens e mulheres, tudo com uma alegria tão grande que chega a ser contagiante.
Não chegámos no início, porque entre atrasos alheios à minha pessoa, os transportes também não ajudaram muito sendo que estão um caos, entre muitas linhas que nem sequer circulam para evitar atrasos e problemas ao tão aclamado cortejo.
As pessoas interiorizam o Carnaval de tal forma que uma semana antes andam mascarados, nomeadamente com aqueles pijamas fato-de-macaco da Primark, a coisa que mais se viu por aí!
Nesta primeira fotografia, vemos habitantes locais vestidos a rigor!
Há música de todos os tipos e feitios: a de fundo, que sai das colunas previamente colocadas em bastantes pontos das ruas como sons de tambores, flautas e pessoas a cantar.
O meu pai disse que este ano, o tema do cortejo seria o acontecimento histórico da América: Trump. Não sei onde ele terá visto tal informação porque, vi bastantes carros e nenhum deles tinha sequer a mínima semelhança com o assunto. Achei no entanto imensa piada a este, pelo contexto económico que vivemos e ver que em vez de se lavar roupa, lava-se dinheiro. Aparentemente é uma figura mítica de cá, mas que a mim, claro está, não me diz nada.
Os veículos carnavalescos, não sei se era uma piada, ou se era real, mas que vi esta informação em mais que um, vi. Só podem circular a 6 km hora. Os desgraçados!
E a parte melhor deste cortejo é: lançamento de doces! Isso mesmo - doces! Chocolates miniatura, rebuçados, gomas em formato mini, tudo aquilo que possam imaginar. Entre muita gulimisse que consegui apanhar, apanhei também um dos momentos de lançamento.
Ao meu lado, estava um rapaz de cadeira de rodas. Apesar da deficiência física, pareceu-me ter todas as capacidades mentais. Aquando a queda dos chocolates, ele só olhava, com alguma tristeza sem os poder apanhar. Alguma coisa em mim me fez partilhar o que apanhei com ele, que me agradeceu num gesto tão instintivo e com um sorriso tão genuíno que compensou totalmente!
Depois, como disse, desde miúdos a graúdos tudo fez parte do cortejo. A senhora de idade que tive oportunidade de fotografar, fez me soltar um leve sorriso, por ver que aqui, todos aderem de forma igual sem vergonha ou receio do que os outros vão pensar.
No geral, gostei do cortejo. Tirei uma carrada de fotografias das quais só aproveitei um terço, apanhei e comi doces, fiz uma boa ação e vim para casa contente. Achei uma boa iniciativa e muito provavelmente nos próximos anos, já verei o Carnaval com outros olhos!