(Re)Começar
Há decisões que por muito dolorosas que sejam, a determinada altura têm de ser tomadas. A que vos contei no início desta semana, foi uma delas. Creio que ninguém termina uma relação de ânimo leve. Há muitos fatores, muitos contras, muitos prós. A questão prende-se com ter a consciência para que lado a balança pende mais. E por muito assustador que o futuro possa parecer, temos que ter a coragem de nos colocar em primeiro lugar.
Aqui, havia já uma casa, todo um projeto comum que eu acreditei ter pernas para andar. E tinha, poderia ter tido. Mas nunca estaria bem comigo mesma, nunca poderia olhar para o espelho e sentir o mesmo orgulho que sinto agora. Medo também, é claro mas principalmente orgulho.
Mostrei vontade de ficar com a casa e não vi essa vontade ser questionada. Demos tempo, para cada um se organizar da melhor maneira e seguirmos daqui em frente. Refugiei-me no local óbvio e tenho estado tão rodeada de amor. Mas, por muito bom e aconchegante que isso seja, a independência tem outro sabor. Estou assustada, repito e não nego. Assustada por eventualmente me vir a sentir só, cozinhar apenas para mim. Passar as refeições sozinha cheira-me vir a ser o meu calcanhar de Aquiles... Mas independência e vida adulta é isso mesmo, right?!
Já conversámos, definimos as contas e os valores a acertar e recebi ontem as chaves da agora, minha casa. A minha casa. Uau, sabe tão bem dizê-lo em voz alta. A vida (re)começa agora.
E como diz um gosto musical recente:
"Desculpa, eu tive de dar um passo atrás
Lembrar-me do que eu sou capaz
Tive de afastar-me primeiro 'pa amar o que eu tenho não me conformar "
E é tão isto! Não se conformem! Seja numa relação, seja num trabalho...
Lutem! Assusta, mas a longo prazo, valerá tanto a pena! Bom fim-de-semana!