A saga Mia
Há bem pouco tempo, contei que tivemos a felicidade (?) da chegada de um novo membro cá em casa. Pois bem que, um mês e pouco depois, já podemos enumerar uma lista das coisas que foram totalmente destruídas pela rata adorada Mia. Atenção: eu adoro animais e este texto não quer minimamente dizer que lhe vá fazer mal! É meramente um desabafo para pessoas, que estando de fora, talvez me possam ajudar a dar a volta a este sentimento.
Consta que a gata não teve um início de vida fácil. Ok, compreendo e admito que até tenho alguma pena. Mas acho que, tendo ganho um lar, onde toda a gente a trata bem, lhe dá de comer e beber e até tem um 'irmão', não justifica nenhuma das atitudes que ela tem tido até agora.
Ninguém a apanha. Passamos o dia inteiro sem sequer a ver, sem saber se já saiu pelo apartamento fora ou se já concretizou a tentativa de fuga/suicídio e se atirou de vez da janela (Sim, já o tentou fazer. Nota: moro num 4º andar, 5º em altura porque há lojas no r/c).
Tentativas de aproximação. Falhadas, sempre. São gestos que levam sempre a um uivo e um bufar ameaçador, como se ao conseguir tocar-lhe, alguém a fossem estripar ou algo do género.
Destruidora. Volto a frisar que está connosco há um mês. Um mês e o balanço são 6 copos e uma garrafa de moscatel partida, porque achou piada a puxar a toalha com tudo ao chão. Duas molduras com coisas que eu e a minha irmã fizemos em pequenas. Almofadas das cadeiras desfeitas. Uma cortina da cozinha destruída, porque se pendura lá em peso. Duas blusas furadas porque é engraçado brincar com as mangas. Já para não falar que salta às mesas e bancadas da cozinha como se tudo fosse dela. Certamente há mais, mas a memória já me falha.
Porca. Sim, é mesmo porca ou até possa ser tarada neste caso. O Blacky quer brincar com ela e dá-lhe uma beijoca na fuça, e ela, sem mais demoras, deita-se de barriga ao ar, escachada até mais não, como quem diz - dá-me a beijoca mas é noutro sítio.
E eu ando aqui, com este sentimento negativo de quem pela primeira vez na vida, não gosta de um animal e é obrigada a conviver com ele. E não, não aceito que a idade e os iniciais maus tratos sirvam de desculpa para tudo. O Blacky é um santo! Em seis anos partiu um anjo de barro! Em seis anos, bufou-nos nas vezes em que o obrigamos a entrar na transportadora. Em seis anos, foi uma vez ao armário comer bacalhau! Em seis anos, deixa-nos brincar com ele e responde ao nome como se fosse um cão! Em seis anos, vê-nos a chorar e vem nos aconchegar!
Por isso, não aceito. Ela é assim e não é pelo passado. Ela é assim, porque é má por natureza.