Eu, pessoa que decora datas como ninguém na família, que se lembra de todos aqueles pequenos detalhes insignificantes, que até se lembra das horas de alguns acontecimentos... Voltei a esquecer-me do aniversário do blog. É que eu nem dei por ela passar! Olhei agora para a calendário, enquanto assinava uma encomenda aqui para o hotel quando me pus a pensar: "20? Então mas, o blog já fez anos, não fez? E eu esqueci-me outra vez?! Que desgraçada!"
A Sweetener celebrou no passado dia 6 de Março o seu terceiro aniversário. E acreditam que em três, só me lembrei de um a horas? Sinto-me muito triste e desiludida comigo mesma. Era uma data especial e eu, mais uma vez, esqueci-me de a celebrar convosco.
Aos 111 subscritores (3 por e-mail), agradeço o apreço, o carinho, a atenção. Espero sinceramente continuar a ter este espaço, onde vou sempre dando um pouco mais de mim. Onde me sinto bem-vinda, onde me sinto bem. Obrigada a todos vocês, que me ajudaram quando pedi, que opinaram e me fizeram ver o reverso da moeda. Ainda não conheço nenhum de vós em carne e osso, mas acredito que sejam pessoas maravilhosas com quem simpatizarei quando conhecer. Porque afinal de contas, somos uma família. E por tudo isso, um grande obrigada!
O lema mantém-se e por isso peço-vos que mesmo quando as coisas estiverem meio confusas, ajustem-se. Readaptem-se. Acreditem, é possível. E às vezes é tão bom "Ser feliz com adoçante"
Entrei no mundo dos blogs em 2015. Tinha 19 anos e muita vontade de exprimir os meus medos e segredos mais sombrios. Podia dizer que na altura não esperava nada, mas todos nós esperamos alguma coisa. Esperava ser lida, ter interação e tudo o que a ela se associa. Esperava pessoas que se identificassem com os meus dilemas e que me dessem novas perspetivas de resolução. Mais coisa menos coisa, é por algum destes em particular ou pelo conjunto que nós escrevemos.
Percebi, há já algum tempo, que nada disto cai do céu. Nem isto nem nada na nossa vida. É preciso esforço, entrega e dedicação. E a chegada do relatório anual só me fez ter a certeza disso.
Em 2017 escrevi 162 posts, gerei 262 reações e 1515 comentários. Surpreendida com os meus números, fui ver os dados gerais. Pouco mais que isso tinha se subtrair os resultados...
Então, e isto tudo é para dizer o quê? É para vos dizer que vale a pena. Que a dedicação vale a pena. O esforço, ainda que não permanente, compensa. Faz os nossos desabafos viajar por aí. Faz alguém identificar-se contigo e querer ficar por cá. Faz-nos partilhar experiências e ajudar os outros. Faz-nos viver e reviver determinados momentos passados e presentes. Faz-nos crescer.
Em Janeiro de 2017, tinha 29 subscritores. Em Dezembro, tenho 95. Noventa e cinco... Consegui mais num ano que desde o início desta maravilhosa aventura. Porquê? Porque tentei e, apesar de por vezes não dizer nada de jeito, significa que desse lado alguém gosta de me ouvir (ler).
Obrigada HD por seres quem mais deixou letras nesta barraca. Obrigada a cada um de vocês, que mesmo não os nomeando, estão sempre desse lado. Aos mais recentes e aos que estão desde sempre, aos que vivem longe mas estão perto. Aos que me fazem enfrentar os meus fracassos. Aos que me dão a melhor prespetiva dos acontecimentos. A todos vós, que me tornaram melhor.
Foram praticamente duas semanas, é verdade e peço desculpa por isso. Não planeava que fosse tanto tempo mas não consegui domar a coisa de modo a ser diferente. Tive umas contrariedades de maior e não foi mesmo possível vir até aqui nem até aos vossos cantos individuais.
Agora voltei e por isso, vou pegar no tema que deixei em mãos antes destas férias: o anonimato. Infelizmente, e como já terá acontecido a muito boa gente por aí, o meu blog deixou de ser anónimo. Não deixou propriamente, simplesmente há pessoas que não deviam saber da existência dele e sabem. Fiquei verdadeiramente aflita e preocupada com o assunto mas depois de muito ponderar, decidi ficar. Manter tudo conforme está: o blog, o nome e minha maneira de ser, TUDO! Porque um blog é isso mesmo, um reflexo. E se nem aqui sou livre de dizer aquilo que penso, estou muito mal então... Lamento que alguém que saiba quem a Nadine é venha a ler algo que não gosta, lamento que alguém que conhece a Nadine fique a saber de algumas coisas que ela pensa mas que não diz sem ser por escrito, lamento que alguém de quem a Nadine não gosta fique a sabê-lo por aqui... Mas olhem... Temos pena! A Nadine e a Sweetener são a mesma pessoa, uma não existe sem a outra e portanto, este blog vai continuar. Tal e qual como é!
Não prometo, no entanto, continuar com assiduidade diária. O que me levou ao afastamento estes dias ainda não está totalmente resolvido, daí este aviso que vos faço. Mas vou fazer um esforço e espero conseguir vir cá pelo menos duas a três vezes por semana contar coisas!
Muitas eram as expetativas criadas e planeadas, rabiscos feitos em possíveis layouts, eventuais textos já redigidos de ante-mão... Tanta, mas tanta dor de cabeça até ter o nome perfeito! Toda a envolvência pré-criação do blog foi ponderada. Muito ponderada. Apesar de não escrever nada de jeito e não querer enveredar pela área da escrita, sempre gostei de escrever. Tive um diário a maior parte da minha vida, mesmo quando me diziam que era do mais infantil que havia. Não precisava de ser um com cadeado. Um caderno com linhas era o suficiente para eu despejar tudo o que sentira ao longo do dia e todas as coisas estúpidas ou maravilhosas que fizera no mesmo.
Criar a Sweetener, foi como que a concretização de um sonho maior. Como tornar o meu diário público, com um infinito leque de desconhecidos. Pessoas que com a sua imparcialidade me ajudariam a resolver algumas questões pessoais e sociais, discutir temáticas nunca antes no mundo real por mim faladas. Pessoas que pelo menos me fariam ver a coisa de outra forma.
Daí, ter tomado a decisão de criar um blog anónimo.
Ter um blog anónimo, ainda que falando de nós, é uma lufada de ar fresco. Como disse em cima, é ter a possibilidade de partilhar aquilo que mais nos alegra ou apoquenta com pessoas que não nos conhecem, que não nos vão julgar. E mesmo que o façam, não interessa. Não será na nossa cara. Nem por pessoas que conhecemos diretamente e com quem lidamos todos os dias...
Este blog nunca foi 100% anónimo. Apesar de escondida tenho cara. Apesar de não enunciado sabem o meu nome. Sabem a minha idade, onde eu moro. Sabem aquilo que mais gosto de fazer e aquilo que não suporto. Sabem que sou uma moralista do pior. Sabem dos amores da minha vida, dos poucos amigos que tenho. Sabem que tenho baixa auto-estima e a mania de querer ser perfeita. Sabem que me desvalorizo constantemente. Sabem aquilo que é visível a todos e também aquilo que não é. E para pessoas conhecidas, soma-se um mais um e temos dois.
É então que esse anonimato acaba... O que se faz? Acaba-se com o blog? Desiste-se de falar sobre o melhor e o pior que enche a nossa vida? Deixam-se pessoas que nos lêem penduradas só porque temos medo que X ou Y saibam mais da nossa vida do que aquilo que é público?
Descobri que pessoas que fazem parte da minha realidade também fazem parte da minha virtualidade. Porque cometi um deslize meses atrás... Um print, onde me esqueci de desfocar a zona do link que vos traz aqui. De uma forma tão simples, tão básica. Achava eu que ninguém queria saber das minhas publicações... Percebi que sou afinal mais cobiçada que o esperado.
Que opção tenho agora? Desistir não será uma delas e torna-lo privado também não me parece assim tão bem. Mas... Não me sinto minimamente confortável com a situação. Se antes escrevia de livre espírito, tudo, exatamente como vinha à cabeça agora vou ter que pensar duas vezes. Vou ter que ponderar bem o que dizer e o que não. Vou perder a essência, porque a essência era ser livre. Ser livre com o adoçante que a vida me deu, já que não tenho hipótese de ser o açúcar na maior parte dos aspetos . Era a minha alternativa, o meu substituto e até isso me estão a tirar...
Quase sem dar por ela já lá vão dois anos, 731 dias disto.
Desejo antigo que a preguiça nunca me tinha deixado concretizar. A 3 de Março de 2015, um dia em que o sol me entrava pela janela, disse para mim mesma que estava na altura e finalmente, aderi a esta plataforma maravilhosa onde tenho sido tratada com imenso carinho.
Durante todo este período passei por fases bastantes diferentes da minha vida. Algumas traduziram-se em ausências e outras em presença constante. Foram chegando novos utilizadores, criados novos blogues, novos seguidores, novas descobertas e novas alegrias. Houve porém também desistências, blogues que seguia desde os primórdios e que pura e simplesmente desapareceram sem nunca virmos a saber os porquês.
Partilhei convosco a, pensava eu, melhor experiência da minha vida. Mudei-me para Londres, aos 19 anos, para ingressar na universidade num curso que eu pensava amar mais que tudo. Desisti depois de trinta longos dias, marcados pelo choro constante e pelo grande sofrimento interior. Houve palpites e julgamentos de todo o lado, de todo o tipo. De pessoas que eu já esperava e de outras que me apanharam completamente desprevenida. Hoje, é um assunto que parece nunca ter existido. Caí numa espiral auto-destrutiva da qual a minha mãe fez muita força para me tirar. Fui obrigada a sair de casa e a fazer algo de útil para a minha vida. Acabei assim, a entregar currículos e trabalhar na sapataria onde permaneci um ano. As melhores coisas que trouxe desse trabalho foram, para além da experiência, a consciência do que tolero ou não a uma entidade patronal e claro, o meu Doce! Despedi-me e decidi começar 2017 no estrangeiro. Os planos iniciais saíram um pouco furados e cheguei à conclusão que, apesar de existirem muitas coisas boas, não é uma opção de vida compensatória para mim nem para o meu futuro.
Ao longo destes dois anos, o balanço que faço é positivo. Tenho conseguido nestes últimos meses dedicar mais tempo ao meu cantinho, coisa se te tem traduzido em comentários, novos seguidores e visualizações. Durante a existência, fui destacada por duas vezes, nos primeiros meses pelo voluntariado e recentemente pelo desabafo. O post que mais comentários reuniu foi relacionado com a empresa que me 'levou' para Londres e a paixão da minha vida. Atingi recentemente o pico de visitas e visualizações com o segundo destaque. Tenho três rubricas ativas: Aquele momento em que... , Doçuras e Viver na Alemanha. Fazem parte do meu espaço 45 seguidores, um terço dos quais se juntaram nos últimos meses. Não sou uma bloguer de sucesso. Mas estou muito feliz e satisfeita com o resultado atual e com a evolução feita.
Obrigada a todos os que estão desse lado e tornam tudo isto possível: à equipa Sapo, aos leitores diários, aos ocasionais, a todos os que passam por aqui de lés a lés. Quanto a ti, querido blog, espero que continues a existir e a acompanhar todas as pequenas conquistas da vida desta jovem que sonha mais do que aquilo que deve. Desejo que continues a crescer por muitos mais anos!