A maior parte das pessoas apregoa que nunca é tarde demais para nada na nossa vida. Mais uma daquelas frases feitas que julgamos aplicar-se à realidade de cada um, mas que acaba por não ser necessariamente assim, verdade? Porque uma ou outra vez, lá vem o nosso poder crítico.
Mas não é nada disso que vos tento dizer hoje. Hoje, quero dizer-vos algo que penso fazer para mudar a minha vida. Ou pelo menos qualquer coisa dela... Ando sinceramente a pensar voltar a estudar. Estudar, não no verdadeiro sentido de ingressar na universidade, mas em fazer uma formação extra, para aumentar as minhas hipóteses de empregabilidade.
Há uma área que me interessa particularmente: a administrativa. Já me imaginei em função similar, e depois da restauração e do comércio, acho que me vou virar para esse lado. Não que seja melhor ou pior, mas tenho vontade de experimentar uma coisa diferente, mais 'calma'. Aquela vaga, era para isso mesmo. Trabalho de escritório, horários e folgas fixas. E talvez a falta de experiência e recursos no meu CV, tenha feito com que a resposta fosse o que fosse...
Há dias encontrei um curso para assistente de contabilidade, que pareceu mais que interessante! A junção de tudo aquilo que mais gosto. Acabei por não me inscrever porque o mesmo só começava em Setembro e seria apenas uma vez por semana. Estando por casa, uma coisa mais laboral seria o indicado para mim, mas também tenho receio que seja demasiado cansativo.
Apesar de ter 21 anos, sinto-me bastante mais velha... E acho que isso é bastante mau, porque acho que já é tarde para uma carrada de coisas na minha vida. Que mentira! Mas só eu é que pareço não entender isso! Estou tão habituada a ter o meu dinheirinho ao fim do mês, que tenho deixado de lado qualquer hipótese de melhoria pessoal, e isso tem que mudar! JÁ!
Falaram-me para ver formações no IEFP, que pelo menos me renderia algum dinheiro, em vez de pagar tudo do meu bolso. Verdade é que estou interessada nisto e por isso, vou continuar a pesquisa e ver se encontro algo que me encha as medidas, no meu distrito!
Lembram-se do processo de seleção? Pois, eu também. Recebi um e-mail que dizia o seguinte:
Senti uma ansiedade tão grande quando recebi o e-mail e uma desilusão tão grande quando o abri... Mas pronto, é a vida e também foi só a primeira tentativa que tecnicamente nem o foi.
Pelos menos posso dizer que foram corretos e que cumpriram o que disseram ao informar-me do resultado da maldita fosse ele qual fosse. E responderam bem antes do tempo!
E lendo bem (usando a imaginação), segundo eles, falhei por pouco... Quem sabe, se for numa qualquer outra vaga, não consigo entrar para a empresa! Let's stay positive!
Como disse anteriormente, na sexta fui à minha primeira entrevista desde o regresso. Ao meu primeiro processo de seleção, uma coisa que nem sabia o que ser.
À hora marcada lá cheguei. Estavam três pessoas, comigo quatro. Candidatas, eram só três: uma senhora com os seus quarenta anos, eu e uma rapariga com provavelmente mais um ou dois anos que eu, que achou por bem levar a mãe a uma entrevista de emprego. Pouco depois, fomos chamadas para uma sala onde nos entregaram umas folhas com testes de lógica. O momento em que a orientadora sai, foi o momento em que o recreio começou. Uma a dizer que tinha mais que fazer, a outra a dizer que tinha voltado à primária, ambas a dizerem que não estavam para aquilo, e eu, que me tentava concentrar, interrompida por elas que me picavam a entrar na onda. Como nem a cara da folha levantei, desistiram de me puxar e continuaram a festa sozinhas. Até que a senhora volta e pergunta simpaticamente o que se está a passar. A mais nova, diz arrogantemente que tem mais que fazer e que quer ir à entrevista e - passo a citar - bazar daqui. A outra, diz que não é nada e baixa-se numa aparente tentativa de concluir o exercício. De três, passámos a duas.
Entretanto houve uma troca de testes e recebi um teste de personalidade, enquanto que a outra senhora recebeu mais um de cálculo. Mais uns resmungares mas lá se calou. A orientadora volta e pede-lhe que a acompanhe, coisa que ela faz, mas não sem antes me desejar boa sorte para a entrevista e sair sorridente. Poucos segundos depois, a responsável volta e dá me mais um teste de cálculo. E se eu vos disser que já não me lembrava do quanto gostava de matemática?! Foi uma delícia ter um cronómetro e problemas matemáticos para resolver!
Chegou a minha vez e percebi que ia ser entrevistada pela senhora que nos orientou a sessão toda. Foi tudo muito básico, quis saber todo o meu historial laboral, os motivos de entrada e saída de cada trabalho, defeitos e qualidades e do resto tudo um pouco. Entretanto disse que a vaga que tinham para me oferecer (que pelos vistos não foi a mesma para todas) era trocando por miúdos trabalho de escritório. Papéis, papéis e mais papéis - tudo o que sempre quis!
Disseram que num prazo máximo de quinze dias seria chamada para a entrevista no verdadeiro contexto onde me seriam ditos horários, vencimentos e funções e que, quer positiva quer negativa, seria contactada com uma resposta.
No dia, vim cheia de espetativas. Agora, nem sei. Costuma dizer-se: que seja o que Deus quiser!
À primeira entrevista que consegui desde que cheguei!
Não é para nenhuma vaga de trabalho em concreto, mas sim uma entrevista de seleção para uma das maiores empresas aqui do distrito! E eu não procurei nada, recebi um e-mail deles a pedir para renovar o meu CV e quando o fiz, ligaram-me no imediato a informar da dita!
Até tenho medo! Nunca fui a uma coisa assim, vamos ver como corre, e se dará em algo!
Desejem-me boa sorte! Eu desejo-vos um bom fim-de-semana!
Vim, como já sabem com promessa de trabalho e casa e foi verdade que ambas as coisas aconteceram. Cheguei no dia 11 deste mês, praticamente dia 12 já, e nesse mesmo dia, durante a tarde já fui trabalhar. Foi me dado um contrato para assinar no imediato, por um periodo de seis meses. A fazer o quê? Serviço de limpeza, numa escola, a cerca de uma hora de distância de onde moro, em transportes. A empresa em questão só trabalha nessa localidade, tendo cerca de 1200 funcionários num total (se minto, mentiram-me a mim). Há pessoas com duas horas de trabalho, outras com quatro, seis e por aí fora. A mim, calharam-me na rifa quatro horas, o que é fenomenal sendo que a maioria quando entra começa com duas ou pouco mais. Trabalho sozinha, o que num aspeto, é melhor. Sei que toda e qualquer reclamação é só e apenas dirigida a mim.
Apesar de nunca me ter imaginado neste ramo, digo sinceramente que nem está a ser mau. Talvez o diga por o trabalho num todo, ser um trabalho 'limpo': chão, paredes, mesas e pouco mais. Depois de duas semanas e meia, o balanço é positivo. Não sei ainda quanto vou oferir de salário, nem da maioria dos valores a este contrato correspondentes, mas a meados do próximo mês (sim, aqui recebe-se entre dia 13-15) penso que pelo recibo tirarei a limpo todas a minhas dúvidas