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Sweetener

Ser feliz com adoçante!

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07
Mar17

Viver na Alemanha - as compras

Além de todos os fatores encontrados até ao dia sobre ficar ou não pelo estrangeiro, há aqueles pormenores aos quais ninguém liga, mas que ajudam a balança a pender para um dos lados.

 

Fui me apercebendo ao longo destes dois meses, nas idas ao supermercado de alguns preços que fazem parte do meu dia-a-dia aqui. Tenho muita tendência a comparar os preços a Portugal, embora saiba que não o devia fazer. Porque não se ganha o mesmo que lá, logo os preços não podiam ser irmãos gémeos. O problema é que por vezes, nem primos são!

 

Acho que nas questões essenciais, estou pronta para me desenrascar. Tive e tenho uma exelente professora. A minha querida mãe ensinou-me entre muitas coisas, como fazer boas compras. Verificar o preço ao quilo, nomeadamente da carne/peixe, é uma regra base. Se eu vos disser que um quilo de peito de frango chega a custar onze euros, acreditam? E um quilo de salmão à posta, atenção que não são os lombinhos, consegue chegar aos dezassete euros/quilo, acreditam? Talho e peixaria são imensamente mais caros comparativamente ao que estava habituada.

 

Passamos então à fruta e aos legumes, dos quais não sou propriamente consumidora mas fiz, mesmo assim, as minhas comparações. Aqui os preços já são semelhantes. Indo aos poucos artigos que consumo, as framboesa custam o mesmo que em Portugal, as maçãs andam bem lá perto e os citrinos custam exatamente o mesmo. Já os legumes, são ligeiramente mais baratos.

 

Padaria é mais cara, sem dúvida alguma. Uma baguete simplicíssima chega a custar um euro! Pão de forma, croissants e mimos de pequeno-almoço custam entre vinte a cinquenta cêntimos a mais. Os lacticínios são mais baratos, nomeadamente os iogurtes. O leite é ao mesmo preço.

 

Produtos de higiene feminina custam o dobro! Ok, estou a mentir. Vistas bem as coisas custam o mesmo, na volta dos quatro-cinco euros caixa. Mas todas sabemos que só nos abastecemos dessas coisinhas quando estão a metade do preço no Continente ou no Pingo Doce, correto? O gel de banho e champô é uma pechincha - compro gel de banho a cinquenta cêntimos e champô de 250ml a noventa cêntimos, da Schwarzkopf, acreditam? Assim sim, vale a pena!

 

O que é sem dúvida quase oferecido, é o quê? Todas aquelas coisas que fazem bem à nossa saúde: as gulumisses. Pois é, tudo tão barato que até dói. Dói, mas não é na carteira, é na balança, depois de alguns meses a viver assim! Sabem quanto custam as tabletes pequenas da Milka? Setenta e nove cêntimos, ouviram bem, é isso mesmo. Como pode uma pessoa que não se afogar em chocolates aqui?! Depois admiram-se que as pessoas andam gordinhas por estes lados... Num aspeto, tenho que ser sincera: nas primeiras duas semanas, consumi bastantes doçuras, mas agora, dia-a-dia, parece que nem me chama. Provavelmente sou eu que já enjoei, ahahah.

 

Tirando os frescos, os preços estão ela por ela. As diferenças notam-se pelo facto de não haver promoções pontuais nem semanais. Há cartão cliente na maioria dos estabelecimentos, que acumula pontos conforme o valor das compras. Não há cá cupões ou ofertas especiais e muito menos somos premiados com 5€ após 500€ em compras no Continente. Pronto, é isto 

 

28
Fev17

Carnaval

Como já foi dito anteriormente, o Carnaval não é de todo uma celebração que me deixe necessariamente com vontade de me mascarar. Acho que em toda a minha vida, assisti a quatro ou cinco cortejos, mas nada de execional. Aqui na Alemanha o Carnaval é, aparentemente, das celebrações mais importantes do ano. Milhares de pessoas saem à rua para ver o desfile e comemorar esta data. Há um bocadinho de tudo: desde crianças a pessoas de idade, homens e mulheres, tudo com uma alegria tão grande que chega a ser contagiante.

 

Não chegámos no início, porque entre atrasos alheios à minha pessoa, os transportes também não ajudaram muito sendo que estão um caos, entre muitas linhas que nem sequer circulam para evitar atrasos e problemas ao tão aclamado cortejo.

 

As pessoas interiorizam o Carnaval de tal forma que uma semana antes andam mascarados, nomeadamente com aqueles pijamas fato-de-macaco da Primark, a coisa que mais se viu por aí!

 

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Nesta primeira fotografia, vemos habitantes locais vestidos a rigor!

 

Há música de todos os tipos e feitios: a de fundo, que sai das colunas previamente colocadas em bastantes pontos das ruas como sons de tambores, flautas e pessoas a cantar.

 

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O meu pai disse que este ano, o tema do cortejo seria o acontecimento histórico da América: Trump. Não sei onde ele terá visto tal informação porque, vi bastantes carros e nenhum deles tinha sequer a mínima semelhança com o assunto. Achei no entanto imensa piada a este, pelo contexto económico que vivemos e ver que em vez de se lavar roupa, lava-se dinheiro. Aparentemente é uma figura mítica de cá, mas que a mim, claro está, não me diz nada.

 

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Os veículos carnavalescos, não sei se era uma piada, ou se era real, mas que vi esta informação em mais que um, vi. Só podem circular a 6 km hora. Os desgraçados! 

 

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E a parte melhor deste cortejo é: lançamento de doces! Isso mesmo - doces! Chocolates miniatura, rebuçados, gomas em formato mini, tudo aquilo que possam imaginar. Entre muita gulimisse que consegui apanhar, apanhei também um dos momentos de lançamento.

 

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Ao meu lado, estava um rapaz de cadeira de rodas. Apesar da deficiência física, pareceu-me ter todas as capacidades mentais. Aquando a queda dos chocolates, ele só olhava, com alguma tristeza sem os poder apanhar. Alguma coisa em mim me fez partilhar o que apanhei com ele, que me agradeceu num gesto tão instintivo e com um sorriso tão genuíno que compensou totalmente!

 

Depois, como disse, desde miúdos a graúdos tudo fez parte do cortejo. A senhora de idade que tive oportunidade de fotografar, fez me soltar um leve sorriso, por ver que aqui, todos aderem de forma igual sem vergonha ou receio do que os outros vão pensar.

 

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No geral, gostei do cortejo. Tirei uma carrada de fotografias das quais só aproveitei um terço, apanhei e comi doces, fiz uma boa ação e vim para casa contente. Achei uma boa iniciativa e muito provavelmente nos próximos anos, já verei o Carnaval com outros olhos! 

 

27
Fev17

Viver na Alemanha - colegas de trabalho

Há um mês, falei sobre o trabalho. Hoje, falo sobre os colegas.

 

Nesta semana que passou, o patrão ligou-me e pediu-me se podia ir fazer as horas de um casal que ia de férias. Não vi problema aparente tendo em conta o gesto que ele teve ao deixar-me ir a Portugal quando ainda nem direito a férias tenho. Só cinco dias, desde ontem até quinta-feira. É ainda mais longe que a escola que faço, tendo que apanhar mais autocarros para chegar ao novo destino. O trabalho baseia-se a escritórios - é um stand automóvel. Foi-me dito que seriam três horas e meia (porque era 1h45m a cada elemento do casal), e logo quando fui ver o local, achei 'demasiado' tempo e que certamente o faria em menos. Então em comparação, a escola que faço precisaria de cinco a seis horas para fazer tudo em condições!

 

O stand é limpo de segunda a quinta, e o dia de sexta pode ser feito ao Sábado ou Domingo. Optei por ir ontem pela manhã e fiz tudo como me fora indicado quando fui ver o trabalho. Dirigi-me então aos arrumos e preparei-me para começar a limpeza pelo mais leve: os escritórios. Houve salas que me assustaram pelo nível de pó encontrado. Posso dizer com certeza que aquilo não tinha sido limpo nem na sexta-feira passada, nem na da semana anterior. Uma coisa que me foi dita pela minha madrasta (que também trabalha na empresa), foi que quem faz estes trabalhos temporários por faltas, doença ou férias dos empregados destacados ao lugar, não tem que limpar o que os mesmos deixam mal limpo. Ou seja: eu não devia ter limpo o pó a fundo como limpei. Porquê? Porque ninguém me vai agradecer, estou a fazer-lhes um favor e estou também, apenas a evitar que eles ouçam reclamações. Mesmo assim. não me arrependo. Não era capaz de ver aquilo e não limpar. Tal como não fui com a máquina de limpar o chão. Essa foi a melhor!

 

Aprendi a usar uma máquina destas na escola onde trabalho. Tenho que a encher, limpar filtros, borrachas, depósito de água suja e todas as coisas normais a respeito de manutenção. Apesar da máquina encontrada no stand ser diferente, achei estranho os sítios por onde passava estarem a ficar mais sujos do que aquilo que estavam. Decidi investigar. Ao abrir o depósito da água, ia morrendo... Estão a ver uma máquina de lavar o chão, certo? Ora, o depósito da água suja, não era água suja. Era água preta, e não estou a exagerar, preta mesmo. Até já tinha cheiro, por isso, imaginem há quanto tempo aquela água não estaria ali estagnada! Como já tinha perdido imenso tempo com estas manobras, deixei ficar tudo praticamente igual e lavei o chão à mopa sendo que amanhã, vou ver se trato do assunto como deve ser, mesmo não sendo minha obrigação.

 

Estou chocada e indignada. Como podem estas pessoas considerar-se empregadas(os) de limpeza? Eu, tenho a mania que sou uma princesa, e por isso, nunca, por sombra alguma me imaginei neste ramo. É um trabalho digno, é sim, mas custa-me de certa forma fazê-lo. Agora, apesar de não gostar, não significa que não o saiba fazer ou que não o faça em condições! E a prova é que tenho sido elogiada vezes sem conta em nem dois meses de trabalho!

 

Em desabafo, perguntei se devia contar ao patrão o que tinha visto e o meu pai sugeriu que não o fizesse. Aparentemente criaria atritos e a minha palavra não seria tida em conta. Ok, ótimo, eu fico calada. Mas caso mais alguma vez tenha que ir fazer o trabalho dos outros, seja por que motivo for, juro que não vou limpar melhor do que aquilo que eles fazem diariamente! Se limpam mal, problema deles. Eu assumo as culpas na minha escola, e nada mais!

 

21
Fev17

Viver na Alemanha - o ordenado

Aqui os ordenados são pagos entre 13-15 de cada mês. Assim, coincidiu com o intervalo em que estive em Portugal. Como organizada que sou, fui fazendo as contas ao meio mês de Janeiro que trabalhei, e sabia portanto mais ou menos quanto ia auferir.

 

Vi o valor no dia em que fui embora mas como não me pareceu de longe o correto, decidi esperar até voltar para entretanto confrontar com o recibo das horas que havia de receber. Sabia que era paga a 10€ à hora (brutos). Pareceu-me mais que bom! No entanto, neste valor está incluído tudo o que podem imaginar: subsídio de alimentação é uma delas. O chamado 13º mês, aqui não existe! Achei estranho mas se o valor é tão alto, para quê reclamar. O meu pai já me tinha avisado que por não ter filhos e não pagar renda, ia descontar bastante.

 

Tal como já acontecia em Portugal, pensei. Pois bem, não. É muito mais!

 

Sabem quanto é que uma pessoa solteira e sem despesas aparentes desconta aqui?

Uns maravilhosos 16% minha gente, 16! Estou incrédula, verdadeiramente.

Ah, e fora mais umas taxaszinhas que vêm sempre por acrescento!

 

Conclusão: se vos oferecerem 2000€ no estrangeiro não se iludam nem achem que o valor é muito alto, porque destes, só vão receber perto de 1500€. Têm uma renda de 700€ para pagar, 50-100€ pela recolha de lixo (valores variam de zona para zona e pelo numero de pessoas), 200€ para contas (não inclui televisão, que é obrigatório pagar nem Internet, que é opcional. Só e apenas água, luz e gás), perto de 100€ pelos transportes, fora tudo o que seja de alimentação.

 

Compensa? Eu, na minha modesta opinião, acho que não.

 

11
Fev17

Só passou um mês...?

Um mês além fronteiras. Longe dos meus amores, da minha família, da minha casa, da minha cama, das minhas ruas, dos meus lugares... De todas as coisas que me faziam tão feliz e agora fazem tanta mas tanta falta... A curiosidade de tentar, de experimentar coisas novas, o facto de estar desempregada, ter aqui quem me desse a mão, tudo isso foram fatores que me fizeram vir. O plano era ver o que achava e caso me agradasse, trazer o Doce começar a nossa vida aqui.

 

Vendo bem as coisas, as conclusões a que cheguei são:

 

1. As casas têm imensas condições de aquecimento. Mas custam um balúrdio.

2. As pessoas vivem as suas próprias vidas. Mas há sempre um português a meter o nariz. 

3. A rede de transportes é o que mais me fascina. Mas a condução para mim, tem outro encanto!

4. Os ordenados parecem excelentes, mas avaliando todas as despesas vai dar ela por ela.

E como disse anteriormente, se não for para se poupar, porquê sair de ao pé dos nossos...?

5. De que me serve ter o fim-de-semana livre, se não tenho com quem o passar?

Mesmo futuramente com o Doce, mãe é mãe, e todos sabem o que ela significa na minha vida.

6. Há coisas que nunca vão mudar, e eu tenho teimado em não aceitar isso, e tentado mudar as coisas mas já me cansei de o fazer e por isso, está na altura de um ponto final.

 

Mesmo assim, vou fazer um esforço e cumprir o contrato que assinei.

São seis meses, e um já lá vai. Só faltam cinco. Já só faltam cinco...

 

Venham daí!

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