Esta semana acaba por ir muito de encontro à semana 25. Pelos menos para mim medo e pavor são coisas muito, muito próximas mas vá, tentando diversificar...
- Tenho medo da trovoada: faz-me muita confusão toda a 'melodia' e iluminação noturna.
- Tenho medo daquilo em que nos estamos a tornar: sinto que a sociedade está cada vez mais perdida de valores. A educação está a falhar redondamente com os mais novos.
- Tenho medo do fim do mundo: acreditei piamente no filme 2012. Apesar de não o querer de todo, merecíamos um susto para ver se entendemos de vez que andamos a brincar.
- Tenho medo da desilusão: sou uma pessoa extremamente crítica (pessoalmente) e não lido bem quando desiludo alguém ou falho em qualquer coisa que me propus fazer.
- Tenho medo de tudo e de nada. Sou só mais uma no rebanho
Tenho que expressar aqui a minha fúria. Ou espécie de.
Fui a uma superfície comercial, que tem uma maravilha de secção de coisas a vulso. Admito aqui que todos os super e hipermercados deviam ter - e de perferência, não só para gomas e doces.
E falando em gomas. Estava uma mãe, com seu filho exatamente nessa secção. Escolhiam, e escolhiam, até que consegui perceber o que estavam efetivamente a fazer. Estavam a comer, meus senhores. Sim, a comer! A mãe tirava as gomas da caixa e comia, perante o olhar atento da criança com os seus 3 anos no máximo. A mesma, incentivou a criança a comer também que sobre o olhar atento em volta, claro, lá acabou por o fazer.
Uau, digo-vos. Nunca pensei ver coisa assim. Bem sei que estamos a avançar em todos os campos de inovação e a retroceder nas coisas mais básicas mas caramba... Isto sim, é educação!
Como podem esperar algo de bom destas crianças no futuro? Como podem esperar que sejam educadas, que aguardem a sua vez nas filas, que peçam se faz favor e desculpa, que não roubem? Se é permitido comer gomas num supermercado sem pagar, que mais não poderão fazer?
Devíamos ter vergonha. Vergonha daquilo que andamos a ensinar.
"Bom dia - era aquilo que me deviam ter dito logo para começar. Sei que não entrei na vossa loja a falar francês, inglês ou qualquer outra língua. Poderia tê-lo feito mas como habitante nacional que sou, falei a minha língua materna. Já sei que não sou emigrante e que, na vossa linha de pensamento, não tenho dinheiro para gastar. É aí que começa a vossa discriminação.
Entrei e nem me cumprimentaram. Levava uma roupa demasiado simples, não foi?
Peguei num bikini e esperei que uma das duas, estando ao meu lado, tivessem a prontidão de me oferecer ajuda. Nada. É incrível que só nos dias em que eu efetivamente não quero comprar nada, me bombardeiam com tanta oferta de ajuda e tanta boa vontade em que "só experimente, não perde nada" traz sempre o propósito de uma pessoa se apaixonar ao espelho e cair na tentação.
Continuei à espera até que pela segunda vez, pedi ajuda. Aí, menina mais alta, olhaste-me de soslaio e disseste que só tinhas o que estava exposto. Pedi-te ajuda com os tamanhos e a simpatia da tua resposta deixou-me sem ar. É engraçado que do outro lado da loja, a tua colega conseguiu desencantar exatamente o modelo que eu estava à procura, numa cor diferente, no mínimo.
Fui experimentar, aparentemente contra a tua vontade e lá me decidi pela compra. Fiquei 7 minutos na caixa, á espera, para pagar. Tenho a dizer que, como cliente antiga, nunca fui tão mal atendida. Ah, espera... Esqueci-me que havia emigrantes na loja.
Por isso, meninas que não me atenderam na loja do Palácio do Gelo, obrigada pelo vosso excelente atendimento, predisposição de ajuda, simpatia e sem dúvida, capacidade de vendas.
Quem me dera poder dizer hoje à gerente que escolheu tão mal naquela entrevista."