Ontem, ou melhor hoje, fui sair. Pela segunda vez na minha vida, saí.
Fui tomar café com dois colegas de trabalho, o que por si só, não deve acontecer. Um deles, pouco tempo depois, abandonou-nos. O outro, que é o rapaz das minhas suspeitas, levou-me, juntamente com uma amiga dele, a uma discoteca. Estive num ambiente diferente, o que na verdade, não foi mau. Por incrível que seja, diverti-me. Sim, até eu estranhei.
Terá sido da companhia, da música, do ambiente, ou de todo o conjunto...?
Na sapataria adquirimos recentemente um outro tipo de livro, para complemento do de reclamações: o de elogios. Funciona da mesma forma: identificação da pessoa que elogia e da que vai ser elogiada, o elogio em si, a assinatura e uma cópia para o cliente se assim o quiser.
Creio que quase todas as colegas de loja já tiveram elogios. Eu, pelo menos, tenho 4 até à data. Dois deles que simplesmente dizem que a funcionária foi simpática e atenciosa, outros dois que foram verdadeiros elogios, com um bonito palavriado e um deles, feito à frente do meu patrão.
Faço o meu trabalho o melhor que sei. Tento manter sempre a simpatia e sobretudo a boa educação. Se há clientes que me irritam de vez em quando? Há. Se há dias em que me apetece fugir para longe desta gente doida? Há. Se há dias em que alguns cliente merecem respostas à letra? Há. Mas somos só funcionárias, e pelo senso comum: temos que ouvir e calar.
Há um colega que eu acho que me anda a deitar o olho. Posso estar só a fazer filmes, talvez já nem saiba identificar quando alguém se está a fazer a mim.
Só há um problema, que acaba a ser o mesmo de sempre: a idade.